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Do esporte à saúde: descubra os múltiplos usos da creatina.



          A creatina é uma substância naturalmente produzida pelo corpo humano e é consumida em fontes alimentares, como carne vermelha e frutos do mar. Pode ser encontrada em forma de suplemento alimentar, como creatina monoidratada, a dose recomendada é bastante controversa na literatura científica, mas em geral os estudos recomendam a ingestão de 3g a 5g por dia diluído em água ou suco, ou até mesmo em cápsulas. A creatina é muito conhecida no mundo dos atletas, por seus efeitos que agregam no desempenho físico, mas além disso, a creatina é essencial e tem diversos benefícios terapêuticos a todas as pessoas, não apenas para as que praticam alguma atividade física.

    A creatina tem a capacidade de aumentar o desempenho físico de 10% a 20% para os atletas. Ela aumenta a capacidade energética anaeróbica, diminui a degradação de proteínas, levando ao aumento da massa muscular com mais facilidade, além de desempenhar um papel na prevenção e/ou redução da gravidade das lesões, melhorando a reabilitação e ajudando os atletas a tolerar cargas pesadas de treinamento. Além disso, para quem está em processo de perda de peso, é uma maneira eficaz de preservar os músculos enquanto se faz uma dieta com restrição calórica (comer uma quantidade menor de calorias do que se gasta diariamente).

A suplementação com creatina para pessoas que não costumam fazer atividade física também tem diversos benefícios, como melhorar a saúde cerebral, já que tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem reduzir os riscos de distúrbios neurológicos; melhorar a saúde óssea, prevenindo algumas condições como a osteoporose; além de ser benéfica para a função cognitiva,  agindo na melhora da memória a curto prazo e na capacidade de concentração, o que indica que pode ser interessante para pessoas idosas ou com risco de doenças neurodegenerativas.

 Um estudo com pessoas entre 50 e 71 anos foi realizado a fim de avaliar a composição corporal (massa gorda e tecido magro) e a força muscular. Foram comparados três grupos: um usando creatina antes do treinamento, outro usando creatina depois e um terceiro grupo de controle (sem ingestão de creatina, apenas placebo). Os resultados demonstraram que o grupo que utilizou creatina após o treinamento apresentou um ganho significativo de massa magra (3,0 kg) em comparação com o grupo de controle (0,5 kg). Além disso, ambos os grupos de creatina (antes e depois do treinamento) aumentaram consideravelmente a força muscular em comparação com o grupo de controle. Isso sugere que a suplementação de creatina, independentemente do momento da ingestão, é eficaz para melhorar a força muscular em adultos/idosos envolvidos em treinamento de resistência, proporcionando benefícios significativos para essa faixa etária. 

Quando se trata da suplementação de creatina em crianças e adolescentes, as pesquisas são limitadas, mas não há contraindicações conhecidas até o momento. No entanto, é fundamental buscar orientação de um médico ou nutricionista antes de considerar o uso em jovens.

Outro fator muito interessante é a relação do uso diário da creatina com a diabetes. Alguns estudos apontam que a suplementação com creatina para quem está iniciando algum programa de exercícios e tem diabetes, pode aumentar a captação da glicose pelas células musculares, diminuindo o nível de açúcar no sangue e melhorando o controle glicêmico. Além disso, pode melhorar a sensibilidade a insulina, o que para as pessoas com diabetes do tipo 2, é uma ótima maneira de apoio para controlar a glicose de maneira saudável.

No caso de gravidez, a ciência sugere que a suplementação da creatina pode melhorar o desenvolvimento neural e até mesmo melhorar as funções dos órgãos do bebê, além de prevenir eventuais complicações resultantes de hipóxia no nascimento. No entanto, para casos de suplementação deve-se ter muito cuidado, pois cada gestação é diferente e um profissional da saúde habilitado deve ser consultado.

 

Em resumo, suplementação da creatina tem diversos pontos positivos para a saúde de modo geral, desde prevenir doenças ou ser um adjuvante no tratamento delas. Ela é famosa entre os atletas por seus benefícios no desempenho físico, mas seus impactos vão muito além da academia. No entanto, é fundamental lembrar que independente do objetivo, sempre é aconselhável consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação, pois cada pessoa é única e pode ter necessidades específicas. Portanto, mantenha a saúde em primeiro lugar e tome decisões conforme a orientação médica. 

Referências Bibliográficas:

1. Kreider, Richard B., and Jeffery R. Stout. 2021. “Creatine in Health and Disease” Nutrients 13, no. 2: 447.
Disponível em: https://doi.org/10.3390/nu13020447. Disponível em: https://www.mdpi.com/2072-6643/13/2/447#B71-nutrients-13-00447

2. Jagim, A.R.; Kerksick, C.M. Creatine Supplementation in Children and Adolescents. Nutrients 202113, 664.
Disponível em: 
https://doi.org/10.3390/nu13020664. Disponível em: https://www.mdpi.com/2072-6643/13/2

3. Kreider RB, Kalman DS, Antonio J, Ziegenfuss TN, Wildman R, Collins R, Candow DG, Kleiner SM, Almada AL, Lopez HL. International Society of Sports Nutrition position stand: safety and efficacy of creatine supplementation in exercise, sport, and medicine. J Int Soc Sports Nutr. 2017 Jun 13;14:18. doi: 10.1186/s12970-017-0173-z. PMID: 28615996; PMCID: PMC5469049.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5469049/

 

4. Candow DG, Vogt E, Johannsmeyer S, Forbes SC, Farthing JP. Strategic creatine supplementation and resistance training in healthy older adults. Appl Physiol Nutr Metab. 2015 Jul;40(7):689-94. doi: 10.1139/apnm-2014-0498. Epub 2015 Feb 26. PMID: 25993883.
Disponível em: 
https://cdnsciencepub.com/doi/full/10.1139/apnm-2014-0498?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org

Autora:

Maria Eduarda Seixas Barboza

Acadêmica do curso de graduação em Farmácia, aluna de Iniciação Científica no Laboratório de Biogenômica – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8780952101423378

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