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O desmatamento favorece o (re)surgimento de doenças infecciosas: agora é a vez da febre maculosa!



     Com o crescimento desordenado e a concentração de populações humanas, vem junto o desequilíbrio ambiental. O desmatamento e as mudanças climáticas produzem o panorama perfeito para a expansão dos carrapatos e das doenças que carregam, este é o caso da febre maculosa.

              O carrapato do tipo estrela, também chamado de Micuim é o responsável por transmitir e ocasionar essa doença ao homem. O Micuim carrega dentro de si a bactéria Rickettsia rickettsii, que muitas vezes está presente em animais silvestres, como é o caso da Capivara e Gambás. Sabe-se que no momento que ocorre a migração desses animais silvestres a grandes centros urbanos, provavelmente devido a invasão dos seus habitats naturais, ocorre uma exposição de microrganismos que estavam isolados.

          Dessa forma, os carrapatos que estavam presentes e se alimentando somente de animais silvestres, passam a interagir com o homem e animais domésticos, infectando-os através da picada.

        A bactéria Rickettsia rickettsii é a causadora da Febre Maculosa, sendo responsável por gerar sintomas como Febre alta, edemas (inchaço) na região da picada, dores no corpo, falta de apetite, desânimo, diarreia e dor abdominal.

          O Brasil, especialmente a região sudeste vive um surto de febre maculosa, em 2022, foram, 190 casos com 70 mortes, em 2023, até o momento são 49 casos, dos quais 6 pessoas evoluíram para o óbito. O Ministério da Saúde do Brasil, entretanto alerta que esses números, provavelmente são muito menores que a realidade. Por dois motivos principais, falta de conhecimento para o diagnóstico da febre maculosa e subnotificação.

      O diagnóstico por exame clínico é difícil porque não apenas os sintomas são semelhantes aos de outras síndromes febris como há desconhecimento sobre a doença. Em pessoas que estiveram em áreas sujeitas à ocorrência de carrapatos, a recomendação dos especialistas é que o médico deve considerar a possibilidade de ser maculosa e se desconfiar, tratar com antibióticos específicos, que são baratos e administrados por via oral.  

      O pesquisador do Laboratório de Protozoologia e Rickettisioses Vetoriais, Prof. Dr. João Fabio Soares, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em entrevista cita que a maculosa é rara, porém, tem uma das maiores taxas de letalidade do mundo, chegando a 80% em casos não tratados. É uma doença de baixa mortalidade (porque não atinge muitas pessoas), mas de alta letalidade (porque tem elevado risco de matar os indivíduos afetados).

          A principal medida de prevenção é a preservação das matas e o respeito a natureza. Entretanto, sabemos que isto é utopia. Outra medida de prevenção, importante é que o indivíduo que tenha acesso a regiões de mata fechada, ou áreas recentemente desmatadas, utilize vestimentas que cubram o corpo, para evitar o contato com o carrapato, de preferência roupas de cores claras, que contribuem para a visualização do carrapato.

          No Rio Grande do Sul, nos últimos 15 anos, foram registrados 17 casos no Rio Grande do Sul, sem nenhum óbito, e para o ano de 2023 não há registros. Entretanto, é fundamental permanecermos atentos. Pacientes que apresentem características febris devem procurar o atendimento médico nas Unidades de Saúde dos municípios para que o diagnóstico seja realizado, e assim o tratamento, possa ser iniciado em fase inicial, já que se trata de doença grave e de evolução rápida. 

Autora:

Graziela M. Meira

Acadêmica do curso de graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), aluna de Iniciação Científica no Laboratório de Biogenômica e colaboradora do Portal Ciência e Consciência.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9393790545039879

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