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DIA MUNDIAL SEM TABACO: CONSCIENTIZAÇÃO

Prevalência e o impacto causado pelo tabagismo

O tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos de tabaco, classificada pela OMS na CID10. Esses produtos, que podem ser fumados, inalados, aspirados, mascados ou absorvidos pela mucosa oral, causam dependência e aumentam o risco de doenças crônicas. De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA), anualmente, 603 mil pessoas morrem no mundo devido ao tabagismo passivo, incluindo 168.840 crianças (28%). Além disso, os usuários de tabaco, que frequentemente morrem prematuramente, privam suas famílias de renda, aumentam os custos com cuidados de saúde e prejudicam o desenvolvimento econômico. Em 2022, o Brasil sofreu uma perda econômica de R$153,5 bilhões, ou 1,55% do PIB, devido ao tabagismo. 

O percentual de adultos fumantes no Brasil tem apresentado uma significativa queda nas últimas décadas, graças às diversas iniciativas da Política Nacional de Controle do Tabaco. Em 1989, a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) indicou que 34,8% da população acima de 18 anos fumava. Em 2003, a Pesquisa Mundial de Saúde (PMS) mostrou uma redução para 22,4%. A Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab) de 2008 registrou uma diminuição adicional para 18,5%. Os dados mais recentes, provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, revelam que o percentual de adultos fumantes caiu para 12,6%. Assim, como a figura abaixo mostra:

(Fonte: INCA, 2024)

 

Dependência do tabaco

A dependência do cigarro relaciona-se, principalmente, à presença da nicotina em sua composição, uma substância psicoativa capaz de induzir euforia e sensação de bem-estar. Quando esse componente chega ao encéfalo, liga-se a receptores colinérgicos nicotínicos induzindo a liberação de dopamina, um neurotransmissor que induz sensação de prazer e compulsão. A  dependência de nicotina depende do modo de uso. Nesse sentido, indivíduos que fumam o tabaco têm mais chance de desenvolver dependência do que quem utiliza a nicotina como goma ou adesivo. Com o tempo de consumo da droga, os efeitos não são mais atingidos na mesma dose, sendo necessário o aumento da quantidade de nicotina inalada e, consequentemente, do número de cigarros. 

 

Doenças relacionadas ao tabagismo

      O tabagismo ativo e a exposição passiva à fumaça do tabaco estão associados ao desenvolvimento de cerca de 50 doenças, incluindo vários tipos de câncer, doenças respiratórias (como enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma e infecções respiratórias) e doenças cardiovasculares (como angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral e tromboses). Além disso, o tabagismo está relacionado a outras condições, como úlcera do aparelho digestivo, osteoporose, catarata, doenças bucais e dentais, impotência sexual em homens, infertilidade em mulheres, menopausa precoce e complicações na gravidez.

(Fonte: Elaborado por Douglas, 2024)

Benefícios em parar de fumar

A cessação do tabagismo, em qualquer idade, está associada a inúmeros benefícios à saúde, os quais variam dependendo da intensidade e da duração da exposição prévia ao fumo do tabaco. Dentre os benefícios, podemos citar a diminuição de doenças cardiovasculares e pulmonares, risco de câncer (laringe, pulmão, esôfago, estômago, cólon, reto, pâncreas, rim, bexiga), infecções respiratórias, diabetes, osteoporose, distúrbios reprodutivos e oftalmológicos, úlcera péptica, doenças periodontais. Ademais, a cessação do tabagismo está relacionada também a melhorias sociais e financeiras devido ao fim dos custos da manutenção do hábito.

 

Formas de parar de fumar

As abordagens terapêuticas para a cessação do tabagismo devem levar em conta três aspectos da dependência: química, psicológica e comportamental.  Nesse sentido, às vezes pode ser necessária a ajuda de profissionais, como médicos e psicólogos, para orientar indivíduos na cessação do hábito de fumar. Individualmente, pode-se começar definindo-se uma data para interrupção do tabagismo. Posteriormente, deve-se escolher um método para parar de fumar. A primeira forma é por meio da parada abrupta, a qual visa interromper o hábito de fumar, de uma hora para a outra, cessando o uso de cigarro na data estipulada. A segunda forma é por meio da parada gradual. Nesse método, o indivíduo pode reduzir, diariamente, o número de cigarros fumados ou adiar a hora que fuma o primeiro cigarro e, consequentemente, os próximos. Vale ressaltar que o acompanhamento em grupos de apoio e a prática de exercícios físicos, bem como de meditação e de relaxamento contribuem para a concretização para a cessação do tabagismo. Atualmente, existem também aplicativos de celular para auxiliar no abandono do vício, por meio da explicação dos efeitos benéficos da interrupção do uso da droga.

 

Referências

Doenças relacionadas ao tabagismo. Disponível em: <https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/dados-e-numeros-do-tabagismo/doencas-relacionadas-ao-tabagismo>. Acesso em: 30 maio. 2024. 

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022.

Estudo alerta para custos econômicos e mortes de crianças provocadas pelo tabagismo. Disponível em: <https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/noticias/2024/estudo-alerta-para-custos-economicos-e-mortes-de-criancas-provocadas-pelo-tabagismo>. Acesso em: 30 maio. 2024.

Prevalência do tabagismo. Disponível em: <https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/dados-e-numeros-do-tabagismo/prevalencia-do-tabagismo>. Acesso em: 30 maio. 2024.

 

Autores

Carolina Piccolo Carvalho, discente do curso de graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), participante do grupo Traduzindo Ciência, e-mail: carvalho.carolina@acad.ufsm.br, Lattes: http://lattes.cnpq.br/3098931727210662

Douglas Gonçalves Friedrichs, discente do curso de graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), participante do grupo Traduzindo Ciência, e-mail: Douglas.friedrichs@acad.ufsm.br, Lattes: http://lattes.cnpq.br/3554617523788031