A UFSM assinou, recentemente, um acordo de cooperação com a empresa Duas Rodas, para o desenvolvimento do projeto que irá investigar as propriedades do fruto Juçara, parente do açaí, como acelerador na recuperação muscular após exercícios físicos. Estudos preliminares indicam que frutos da Amazônia e da Mata Atlântica possuem substâncias que podem beneficiar a recuperação muscular, especialmente em danos microestruturais provocados por atividade física intensa.
“Estamos trabalhando com o fruto Juçara, que tem mais antocianinas do que o açaí, e queremos verificar se isso pode acarretar melhorias na recuperação muscular”, afirma o coordenador da pesquisa, Fábio Juner Lanferdini, professor do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD). A pesquisa está em fase inicial de coleta de dados, que deve ser concluída até dezembro deste ano. O estudo é caracterizado como cego, onde tanto participantes quanto pesquisadores desconhecem as intervenções aplicadas, garantindo a imparcialidade dos resultados.
“O papel da empresa é fornecer a ingesta do fruto, tanto a nutricional quanto o placebo, enquanto a Essentia Pharma irá encapsular o produto”, afirma Lanferdini, ressaltando a parceria da Essentia Pharma no projeto. “A UFSM, por sua vez, desenvolverá o projeto de pesquisa junto ao laboratório de biomecânica da UFSM, o qual eu sou responsável, para entender a partir dos equipamentos e das pessoas que temos, como produzir ciência baseado nesse produto, que vem de um fruto natural da Mata Atlântica”, acrescentou o coordenador. A parceria também visa a preservação da Mata Atlântica, já que a extração sustentável do fruto pode incentivar a conservação da planta, em vez da destruição para outros fins.
Além dos benefícios diretos para atletas e praticantes de atividades físicas, o projeto promete formar profissionais qualificados nas áreas de biomecânica e nutrição. “Acredito que este projeto vai disponibilizar à sociedade bons profissionais que atuarão tanto na academia quanto em empresas”, afirma o pesquisador.
Os resultados preliminares devem ser divulgados em março de 2025, junto com a dissertação de mestrado da pesquisadora Vanessa, mestranda de Lanferdini e responsável pela investigação. O sucesso do projeto poderá consolidar o uso do Juçara como um aliado na nutrição esportiva e saúde muscular. “Se conseguirmos provar a eficácia do Jussara, teremos um forte argumento a favor do uso de um fruto natural que traz benefícios ao organismo”, concluiu o coordenador.
Lanferdini ainda aproveitou para aconselhar alunos, professores e quem mais tiver interesse em desenvolver na área de ingestas nutricionais, com foco em tratar algum tipo de doença musculoesquelética, a fazer parceria com professores do curso de nutrição da UFSM. Também convidou os estudantes interessados em trabalhar com a área de biomecânica e musculoesquelética a procurarem sua ajuda ou de outros professores da área.
Texto: Gabriela de Almeida, bolsista de comunicação da Proinova.
Revisão: Debora Seminoti Tamiosso, comunicação Proinova.