A UFSM tem projeto aprovado para desenvolvimento de inversores de elevada densidade de potência que podem ser utilizados para tração elétrica veicular. O projeto é financiado pelo Programa Rota 2030 coordenado pela Fundação de Apoio da UFMG (FUNDEP) e é realizado em cooperação com pesquisadores do Laboratório de Máquinas Elétricas, Acionamentos e Energia (LMEAE) da UFRGS e também tem parceria com a empresa parceira Mercosul Motores. Os motores elétricos a serem usados no projeto serão projetadas pela UFRGS visando a redução no uso de ímãs permanentes obtidos a partir da extração de terras raras, com isso, motores síncronos de relutância (SynRM) e motores síncronos de relutância assistidos por ímãs permanentes (Pma-SynRM) serão as tecnologias de motores empregados no projeto. Este é um projeto com duração de três anos, que iniciou no final de 2022 e será desenvolvido até o final de 2025.
O professor Rodrigo Padilha Vieira, Coordenador Associado do projeto pelo lado da UFSM, conta que a ideia desse projeto é a busca de inovações em termos de construção e programação do inversor . “Buscamos desenvolver um inversor de baixo volume e com elevado rendimento”. A meta é utilizar tecnologias no que diz respeito a semicondutores à base de Carbeto de Silício (SiC), uma tecnologia recente. “Estaremos utilizando as tecnologias atuais no mercado para o desenvolvimento do inversor. Estas tecnologias também têm sido empregadas em alguns dos últimos lançamentos de veículos elétricos”, completa o professor.
Em um veículo elétrico, o inversor tem a função de converter a tensão da bateria – tensão contínua – em níveis de tensão adequados para o funcionamento do motor elétrico, onde seja possível alterar a velocidade e o torque deste motor. Dessa maneira, por exemplo, ao alterar o torque do motor é possível acionar as rodas do veículo. “O inversor consegue regular a quantidade de potência elétrica que é entregue pela bateria ao motor elétrico”, conclui Rodrigo.
O mercado automotivo se prepara para a substituição de veículos tracionados por motor a combustão por veículos com motores elétricos. As grandes potências mundiais começaram a aderir à eletrificação da matriz veicular com o intuito de reduzir a emissão de poluentes na atmosfera, reduzir a dependência mundial em combustíveis fósseis, e aumentar o uso de energia limpa e renovável.
A União Europeia (UE) aumentou suas metas de redução de emissões e visa à neutralidade de carbono até 2050, sendo previstos novos regulamentos para atingir esse objetivo. Esse bloco também está considerando a eliminação completa das emissões dos automóveis até 2035. Como os veículos elétricos à bateria são hoje considerados os mais aptos para auxiliar nessa meta, eles estarão certamente inseridos no novo mercado.
Entretanto, dentro do mercado brasileiro, as soluções empregadas em veículos elétricos ainda são na sua maior parcela importadas, o que também se reflete nos valores praticados. Em vista disso, Rodrigo conta que uma das justificativas deste projeto é buscar desenvolver tecnologias nacionais e que possam ser adequadas ao mercado interno do Brasil.
Texto por Luka de Andrade – Bolsista de Comunicação da Agittec