A UFSM assinou um acordo de parceria para desenvolver o projeto “Armazenamento virtual de energia para transações peer to peer baseada em rede de estações de recarga battery swap de micromobilidade”, voltado para a criação da primeira estação de troca de baterias para micromobilidade no Brasil, com foco em bicicletas e motos elétricas. A proposta, desenvolvida em parceria com a startup Energy2Go e com colaboração da Cibiogás, foi aprovada pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) no âmbito do programa de inovações radicais no setor elétrico, com um valor total de mais de R$8 milhões, sendo quase R$2 milhões o valor contratado para a UFSM.
O objetivo principal do projeto é construir uma estação de “swap” de baterias que não só facilite a troca de baterias de veículos de micromobilidade, como também permita a transação de energia entre as baterias e a rede elétrica. “Quando a estação não estiver sendo usada para troca de baterias, a energia armazenada poderá ser devolvida à rede ou ser utilizada para recarregar baterias, aproveitando excedentes de energia solar, eólica ou de biomassa”, explica a coordenadora da iniciativa na UFSM, professora Luciane Silva Neves.
Além de facilitar a mobilidade elétrica, a estação terá uma função dupla ao atuar como uma “usina virtual” de energia. Isso permitirá a união de várias estações, formando uma central de armazenamento que tanto pode fornecer energia quanto absorver excedentes, contribuindo para o equilíbrio da rede elétrica. A inovação será pioneira no Brasil e terá a primeira estação física instalada na UFSM, marcando um avanço significativo na micromobilidade do país. “A maior parte dos deliveries já está migrando para motos elétricas. Queremos não apenas desenvolver a tecnologia, mas também impulsionar o uso desses veículos na cidade”, acrescenta a coordenadora.
Além da estação, o projeto também trará mais benefício à UFSM. Três doutorandos e até dois mestrandos irão desenvolver suas pesquisas no âmbito da iniciativa, juntamente com dois técnicos da universidade. Ainda, a parceria inclui a aquisição de duas motos e duas bicicletas elétricas e de uma estação de troca de baterias que ficará permanentemente na universidade. Para a sociedade, por sua vez, o impacto vai além da tecnologia. A expectativa é que o projeto colabore com o aprimoramento da regulação de sistemas de armazenamento de energia, que a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) deve lançar até o final de 2024.
Durante o desenvolvimento do projeto, a equipe da Universidade irá se concentrar no desenvolvimento do software de gestão das baterias, contratos inteligentes e algoritmos para o agendamento das trocas, enquanto a Cibiogás ficará responsável pelos aspectos regulatórios e a Energy2Go desenvolverá a estação. A conclusão do projeto está prevista para meados de 2025, com o desenvolvimento de 15 a 20 estações de troca de baterias que serão instaladas em cidades como Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. A UFSM terá uma estação modelo, enquanto a equipe de pesquisadores trabalha para que a tecnologia alcance o nível de maturidade necessário para uma eventual industrialização e inserção no mercado.
Texto: Gabriela de Almeida, bolsista de comunicação da Proinova.
Revisão: Debora Seminoti Tamiosso, comunicação Proinova.