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UFSM e Instituto Hercílio Randon lideram projeto de mais de  R$5 milhões para o setor automotivo



O programa Rota 2030 é uma iniciativa do governo brasileiro voltada para o setor automotivo, com o objetivo de promover a inovação, a eficiência energética e a competitividade da indústria automotiva no Brasil. Lançado em 2018, ele estabelece metas e incentivos fiscais para as empresas que investem em pesquisa, desenvolvimento e produção de veículos mais eficientes e tecnológicos. O programa também visa estimular a produção local, reduzir emissões de poluentes e melhorar a segurança veicular.

Atualmente, a UFSM desenvolve alguns projetos que fazem parte do Programa Rota 2030. Entre eles, o chamado “DENOFMA: Desenvolvimento de novas ferramentas cimentícias para metalurgia do pó”, desenvolvido em um acordo de parceria com o Instituto Hercílio Randon e mais nove empresas. Coordenado pelo professor do Departamento de Estruturas e Construção Civil da UFSM, Erich David Rodriguez Martinez, e pela professora do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSM, Natalia de Freitas Daudt, o projeto possui um valor total de mais de R$5 milhões. 

De acordo com o coordenador, a ideia foca na fabricação de componentes automotivos usando metalurgia do pó, um processo onde peças são feitas a partir de pós metálicos que são prensados para adquirir a geometria desejada. Este método tem vantagens econômicas e de desempenho, mas é pouco utilizado devido aos altos custos associados, especialmente dos moldes de aço necessários para a produção das peças.

O projeto propõe uma abordagem inovadora para reduzir esses custos, substituindo os moldes de aço por moldes feitos de concreto. O uso de concreto, um material geralmente associado à construção civil, para fabricar moldes destinados à produção de componentes automotivos representa uma solução disruptiva. Segundo Martinez, a ideia é que esses moldes de concreto possam ser utilizados para testar e validar componentes produzidos por metalurgia do pó, permitindo à indústria automotiva explorar essa tecnologia de maneira mais econômica e eficiente.

O coordenador afirma que a parceria traz significativos benefícios tanto para a universidade quanto para a sociedade. Para a UFSM, serão oferecidas bolsas para alunos de iniciação científica, pós-graduação e pós-doutorado, abrangendo toda a gama de formação acadêmica, além de melhorias na infraestrutura dos laboratórios de pesquisa. Para a sociedade, o projeto resulta na formação de pessoal qualificado, aumenta a competitividade interna e dissemina conhecimentos tecnológicos, com a expectativa de validar um componente inovador que promete melhorar a eficiência no consumo de combustível. O objetivo final do projeto é atingir o TRL 5 (Nível de Maturidade Tecnológica), indicando um nível avançado de desenvolvimento tecnológico.

 

Texto: Gabriela de Almeida, bolsista de jornalismo da Proinova.

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