O conceito de inovação aberta surgiu em 2003, no livro “Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology”, escrito por Henry Chesbrough, referindo-se à abertura das fronteiras das organizações, no sentido de permitir o uso de ideias internas e externas nos processos de inovação.
Desde aquela época, já se sabe que para que ocorra a inovação aberta e o desenvolvimento de um ecossistema de inovação, a principal condição é que haja o envolvimento de partes externas à organização, como clientes, fornecedores, institutos de pesquisa, órgãos públicos, startups e outras empresas. Dessa forma, o processo de inovação aberta pode ser conduzido tanto pelas empresas como demais atores, como universidades.
Partindo deste princípio, as universidades estão cada vez mais se profissionalizando em inovação com o objetivo de obter avanços na pesquisa, qualificação das publicações, melhoria na infraestrutura dos laboratórios para que os alunos tenham mais oportunidades na sua formação, além de gerar cada vez mais conhecimento aplicado ao mercado/sociedade.
Neste contexto, a Pró-Reitoria de Inovação e Empreendedorismo (PROINOVA) tem a missão de ser um agente facilitador das tratativas entre universidade e empresas, criando várias iniciativas para concretizar as parcerias e fortalecer o desenvolvimento das pesquisas aplicadas ao setor produtivo.
Uma das iniciativas mais recentes é o programa de inovação aberta, que tem como principais objetivos capacitar os pesquisadores sobre a relação ciência-mercado, mecanismos de transferência de tecnologia e modelagem de negócios de base científica, sendo aplicado inicialmente na área de ciências da saúde. O programa vai auxiliar na jornada do projeto/tecnologia da bancada do laboratório até chegar ao mercado/sociedade. Cabe informar que o planejamento da UFSM é expandir o programa para todos os centros de ensino, ou seja, todas as áreas.
Outro programa de inovação muito relevante é o “Treinamento e Construção de Modelos de Negócios” disponível para todos os discentes, docentes, técnicos-administrativos e empresas vinculadas ao InovaTec UFSM, ou seja, toda a comunidade da UFSM, além de ser uma parceria com uma empresa especialista em inovação e totalmente gratuito. O programa terá como principal abordagem a modelagem de negócios que além das capacitações, serão selecionados dez projetos ou tecnologias para rodadas de negócios com empresas interessadas.
Além do aumento da capacidade produtiva da economia, os programas também colaboram com o desenvolvimento da instituição, qualificação dos servidores e discentes, promovem ações colaborativas entre laboratórios, grupos de pesquisas, startups, empresas e entidades fortalecendo as parcerias.
Assim, o papel da UFSM é de cada vez mais oportunizar formas de desenvolver pesquisa básica e tecnológica com caráter inovador, com objetivo de que a sociedade seja beneficiada com o desenvolvimento destes produtos/processos. Entender as demandas da sociedade e recebê-las para fins de criação é fundamental para que se consolide a inovação aberta.
Texto: Cibele Silva do Couto, Administradora e Chefe do Núcleo de Prospecção e Valoração da Proinova.