A parceria entre UFSM, Universidade Estadual Paulista (UNESP) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) desenvolveu um software para diagnóstico de pereiras. O objetivo é avaliar o estado nutricional das plantas e auxiliar na interpretação dos resultados de análise foliar.
O coordenador do projeto e professor do Departamento de Solos da UFSM, Gustavo Brunetto, explica que existem diversos desafios no cultivo de peras no Brasil. Entre eles, os que se destacam são a manutenção de viveiros adequados, complexidade de logística, armazenamento e a dificuldade de obter cultivares que se adaptem às condições de clima e solo do Brasil.
“Se você for à prateleira do supermercado, vai observar que boa parte da pera comercializada é importada, de Portugal, da Argentina ou de outros países. A produção nacional é muito pequena porque quando trazemos essas plantas para as condições do Brasil, são poucas que conseguem crescer bem. Principalmente ter uma boa floração, que é fundamental para formação do fruto”, explica.
Para auxiliar os produtores, o software realiza a interpretação dos resultados de análises químicas das folhas das plantas para identificar quais nutrientes são necessários para seu desenvolvimento. O software “CND para pereiras” é gratuito e auxilia na tomada de decisão com relação à adubação das plantas.
“O usuário pode digitar o resultado da análise que obteve no laboratório e ele é comparado a um banco de dados. Com isso ele aponta, baseado nos dados da região, se o teor está normal ou se é necessário aplicar algum nutriente.”, conta o professor.
A parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) possibilitou diversas pesquisas em sua estação experimental que proporcionaram dados para o desenvolvimento do software. Além disso, a Universidade Estadual Paulista (UNESP) ajudou a viabilizar, com sua expertise técnica, o desenvolvimento da tecnologia em si.
O professor coordenador também aponta a importância do trabalho dos alunos e o apoio dos produtores no desenvolvimento da tecnologia: “O software foi gerado a partir de diversos projetos de pesquisa com envolvimento de vários estudantes. Alunos de iniciação científica, de pós-graduação e de pós-doutorado, não foi um esforço apenas dos professores. Além disso, contamos com o apoio de produtores que disponibilizaram áreas de cultivo para a pesquisa”.
No momento, o software está pronto e aguarda tramitação de acordo bilateral e registro para seu lançamento.
Texto escrito por Débora Hundertmarck – Estagiária de Comunicação da Proinova