A UFSM tem acordo aprovado para desenvolver uma prova de conceito de uma antena na faixa de frequência de 3.5 GHz do 5G. O projeto será desenvolvido pelo Curso de Engenharia de Telecomunicações da universidade em conjunto com a empresa ALG Com e contará com um aporte financeiro de R$105.160,00.
Uma prova de conceito é o nome dado à demonstração da possibilidade de validação de uma ideia. Pode ser um produto em si, mas também um modelo de negócio, uma função, uma necessidade do mercado. Já um protótipo é uma versão inicial, geralmente de proporções reduzidas, da solução de um sistema (integral ou parcialmente) e construída em um curto período de tempo.
Para contextualizar o projeto, precisa-se entender a sua necessidade. Estamos saindo da “Era das pessoas conectadas” para a “Era das coisas conectadas”, ou da “Internet das Coisas” (IoT). A crescente demanda por comunicação em tempo real aliada à elevada taxa de transmissão, com ampla cobertura e elevado número de usuários, exige o desenvolvimento de tecnologias que atendam a estas novas exigências da sociedade. E é neste contexto que surge a tecnologia de comunicação de quinta geração, 5G.
Recentemente a ANATEL liberou o uso de uma faixa do espectro eletromagnético, na frequência de 3,5 GHz, para uso do 5G, através de processo de licitação, o que gerou a necessidade e a oportunidade de desenvolvimento de novas tecnologias e novos produtos que atendam às demandas de mercado. No contexto da ALGcom, empresa de PD&I de antenas, a liberação de uma nova banda para o 5G gerou um novo nicho de mercado e uma possibilidade de desenvolvimento de novos produtos.
Para a coordenadora do projeto, a professora de Engenharia de Telecomunicações e Engenharia Elétrica, Candice Muller, a proximidade entre a ALGcom e os docentes do curso de Engenharia de Telecomunicações da UFSM facilitou a parceria entre a empresa e o curso para o desenvolvimento de pesquisas. Essa colaboração visa desenvolver provas de conceito de novas soluções na área de antenas para 5G, que são o primeiro passo no desenvolvimento de novas tecnologias e novos produtos.
O 5G, e as tecnologias futuras, exigem altas taxas de transferência de dados, que são obtidas, dentre outros fatores, com a operação em faixas de espectro cada vez mais amplas. Isso requer antenas que operem em banda larga e antenas inteligentes, com capacidade de direcionar a energia na direção do usuário. Neste contexto, podemos citar alguns desafios: desenvolver elementos que operem em banda larga e que possuam dimensões reduzidas, de modo que possam operar em forma de arranjo de antenas, controlado por um algoritmo de beamforming – uma técnica de processamento de sinal que permite concentrar a energia na direção dos dispositivos e usuários. Segundo Candice, a colaboração entre a Telecom-UFSM e a ALGcom busca desenvolver soluções para estes desafios.
Quem realizará esta prova de conceito são docentes e alunos do curso de Engenharia de Telecomunicações, vinculados ao Departamento de Eletrônica e Computação da UFSM. O departamento atua em diferentes áreas tecnológicas e atende os cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia da Computação, Engenharia de Telecomunicações, Ciência da Computação, entre vários outros.
A parceria envolve professores e alunos do curso de Engenharia de Telecomunicações, além dos alunos do curso, Augusto Pitol e Mário Arigony que atuam na empresa em seus estágios curriculares obrigatórios e o egresso do curso, Eng. Christian Barth, que atua na área de P&D da empresa. “A parceria traz benefícios tanto para o curso como para a empresa. Os alunos do curso são beneficiados não somente pelas bolsas previstas no projeto, mas especialmente pela experiência em desenvolver atividade de pesquisa aplicada, com olhar acadêmico, industrial e de mercado”, afirma a professora. As atividades desenvolvidas permitem aplicar a teoria vista nas disciplinas do curso na busca de soluções práticas, tecnicamente e economicamente viáveis de serem implementadas, além de proporcionar uma experiência ímpar aos alunos envolvidos no projeto.
Em um viés de contribuição para a sociedade, o projeto auxilia na formação de recursos humanos especializados, no desenvolvimento tecnológico regional e na integração Universidade-Empresa. Espera-se que este projeto seja a base para o desenvolvimento de outras soluções, e que estas soluções possam, a seu tempo, serem utilizadas para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, porque, de acordo com Candice, o desenvolvimento tecnológico deve ter como finalidade final contribuir na qualidade de vida das pessoas.
Texto escrito por Luka de Andrade – Bolsista de Comunicação da Agittec
Revisado por Debora Tamiosso – Assessora de Comunicação da Agittec