O sétimo episódio da segunda temporada do Inovação Além do Arco apresenta o Programa NanoSatC-BR da UFSM. Os professores Eduardo Escobar Bürger e Andrei Legg, coordenadores da engenharia do Programa, falam sobre nanosatélites e as tecnologias geradas na universidade.
O Programa NanoSatC-BR tem sede na UFSM e iniciou suas atividades em 2006, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O pesquisador da Coordenação Espacial do Sul do INPE e pioneiro em CubeSats no Brasil, Nelson Jorge Schuch, criou o Programa para proporcionar a prática com nanosatélites para alunos de graduação e pós-graduação por meio dos CubeSats. O projeto tem como parceiras, além do INPE, universidades como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do ABC (UFABC), startups brasileiras e, principalmente, a Agência Espacial Brasileira.
CubeSats são satélites de pequeno porte em forma de um cubo que foram inicialmente propostos com fins educacionais, para que, com um orçamento reduzido e em um curto período de tempo, os estudantes pudessem ter a experiência de realizar uma missão espacial real. Em 2014, o programa fez o lançamento do NanoSatC-BR 1, o primeiro nanossatélite brasileiro a entrar em órbita, uma conquista histórica para o país. Neste ano, com maiores investimentos e níveis de complexidade, foi lançado o NanoSatC-BR 2, um CubeSat com maior massa, maior tamanho, mais cargas úteis e com uma operação mais complexa. Tudo isso foi desenvolvido por alunos, professores, tecnologistas e pesquisadores.
Devido ao potencial da plataforma, a missão tomou proporções maiores e foram acrescentados o viés científico e o viés tecnológico nas missões do NanoSat. Por meio do viés científico, os nanosatélites do Programa coletam dados do Campo Magnético Terrestre – principalmente na região da Anomalia Magnética da América do Sul, a AMAS. Essa, é uma falha da proteção natural terrestre que está localizada bem acima de nossas cabeças e que pode trazer problemas para sistemas de comunicação, linhas de transmissão e satélites que passam por essa região, além de oferecer uma proteção defasada para partículas que entram em nossa órbita. Com o viés tecnológico, os pesquisadores testaram, em voo, Circuitos Integrados projetados no Brasil resistentes à radiação, e um subsistema de atitude com tolerância à falha.
O professor Eduardo explica que um dos nossos principais objetivos do curso de Engenharia Espacial da UFSM é mostrar a importância do Brasil nessa área, e incentivar alunos e a comunidade a perceberem que essas tecnologias estão mais próximas do que imaginamos. “Além de todos os projetos e disciplinas práticas, temos também um projeto de extensão que leva a engenharia espacial às escolas públicas de Santa Maria, desmistificando satélites, foguetes e demais tecnologias e encorajando futuros profissionais”, destaca o professor.