Professores pesquisadores do Departamento de Tecnologia e Ciência de Alimentos (DTCA) desenvolvem tecnologia com objetivo de reduzir o volume de efluentes da empresa Brasil Foods SA (BRF)
Na terça-feira (10), o diretor da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agittec) da UFSM, Hélio Leães Hey, acompanhou os professores pesquisadores do Departamento de Tecnologia e Ciência de Alimentos (DTCA) da UFSM Leila Queiroz Zepka e Eduardo Jacob Lopes na última etapa de seleção do programa Emerge Labs BRF em São Paulo. O Emerge é um programa que alavanca a inovação de base científica no Brasil a partir da conexão entre a ciência e mercado.
Nesta edição a empresa participante é a Brasil Foods SA (BRF) que, com a ajuda do programa, realizou em 2019 uma chamada para cientistas, pesquisadores, e empreendedores que tivessem soluções para o Desperdício e Segurança de Alimentos. Foram 125 trabalhos inscritos; destes, 16 chegaram ao último módulo da seleção, incluindo o estudo do grupo de pesquisa em intensificação de bioprocessos, do Centro de Ciências Rurais (CCR) da UFSM, coordenado pelos professores do DTCA.
Neste último módulo, eles apresentaram a tecnologia para as lideranças da BRF, cientistas empreendedores, representantes de fundos de investimentos, e para empresas parceiras da companhia. Segundo o professor Eduardo Jacob Lopes, “essa tecnologia, além de ser ambientalmente sustentável, pode revolucionar as estações de tratamento de efluentes líquidos da BRF, que é um setor caracterizado exclusivamente pela geração de despesas, transformando-o em um setor superavitário dentro da cadeia de produção”, explica.
A tecnologia, denominada de Biorreator Multifuncional, converte simultaneamente os três principais poluentes das águas residuárias industriais em uma biomassa, cuja composição apresenta elevado potencial de reutilização em rações animais, biocombustíveis e produtos de química fina, valorizando a cadeia de produção da empresa. O grupo que desenvolve a tecnologia conta com aproximadamente 25 pesquisadores distribuídos em todos os níveis da pesquisa científica, tecnológica e inovação.
Para o diretor do Emerge, Daniel Pimentel, o projeto dos pesquisadores é um trabalho de extrema relevância, não só na ciência que eles desenvolveram, que procura entender e reduzir os efluentes da BRF, mas também de aproveitar esses resíduos e gerar novos produtos. “Isso pode estimular não só a transferência de tecnologia, mas a pesquisa que sai da bancada até o mercado, gerando royalties para as universidades e pesquisadores”, destaca. A BRF terá três meses para definição dos modelos de investimento e parcerias, caso a tecnologia da UFSM for escolhida, a Agittec realizará o processo de Licenciamento da Tecnologia, que permitirá o uso do Biorreator Multifuncional na empresa.
Sobre o Emerge Labs
O Emerge Labs trabalha junto às grandes organizações para auxiliá-las a explorar a camada da inovação tecnológica utilizando a ciência de ponta existente no Brasil. Junto aos cientistas, a organização busca desenvolver competências de mercado na equipe, bem como auxiliar a modelagem das melhores estratégias de transferência das tecnologias.
Texto: Luana Giazzon, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agittec)
Foto: Hélio Leães Hey