Caroline Siqueira | Revisão de João Ricardo Gazzaneo
Na quinta-feira, 25 de março, foi realizada a Aula Virtual pelo Clima, promovida pela Agência Íntegra, Mão na Mídia, Universidade Meio Ambiente (UMA) e pelo Departamento de Ciências da Comunicação da UFSM. O evento, transmitido pelo canal do Youtube do Mão na Mídia, teve como destaque as falas de Amanda Costa e Renata Padilha e mediação do acadêmico de Relações Públicas da UFSM-FW Kawê Veronezi e da jornalista egressa da UFSM-FW Lívia Trindade.
Amanda Costa é formada em Relações Internacionais, empreende no Perifasustentável – projeto que visa democratizar a Agenda 2030 para as periferias de São Paulo -, é colunista da Agência Jovem de Notícias, podcaster do Direito da Base e atua como mobilizadora de redes do Youth Climate Leaders. Costa foi indicada como uma das lideranças Forbes Under 30 e procura mobilizar jovens em prol do desenvolvimento sustentável. Além disso, a jovem tem participação nas redes Embaixadores da Juventude da Organização das Nações Unidas (ONU), Global Shapers Community e United People Global.
Amanda palestrou no primeiro bloco da aula e trouxe suas experiências na diplomacia para o debate. Ela, dentre vários outros pontos levantados, ressaltou a importância do ativismo e, em especial, o empoderamento jovem nas questões ambientais. Ela diferenciou o ativismo pela sustentabilidade, que visa o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável previstos pela Agenda 2030, do ativismo climático, que tem enfoque no Acordo de Paris e na ODS 13, em específico.
A ativista deu como última contribuição três dicas para iniciarmos, ou aumentarmos, nossa influência na causa ambiental: em primeiro lugar, sermos pluralistas, ou seja, pensar de forma global e perceber que as mudanças climáticas afetam não só a natureza, mas a sociedade por completo, com recortes de gênero, raça, e classe social. É necessário entender o sistema por completo, em vez de focar em apenas um componente. Depois, ela realçou a importância de romper bolhas. Com a polarização política que estamos vivendo, Costa disse que é muito importante ouvirmos o diferente para termos uma análise mais profunda da crise climática. Por fim, a jovem destacou o valor de transbordar e transmitir todo o conteúdo que absorvemos, para gerar uma mudança coletiva.
No segundo bloco do evento, falou a estudante de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pelotas Renata Padilha, que atua como ativista climática no Eco Pelo Clima e na Fridays for Future Brasil. Ela é pesquisadora nos temas de Gênero, Agenda 2030 e meio ambiente, e também é membro do Núcleo ODS Regional Sul.
Padilha iniciou seu relato dizendo que não escolheu Relações Internacionais por acaso. Ela se interessou pela área graças às aulas de Educação Ambiental dadas por seu professor de Biologia, que engajava os alunos nas questões ambientais. Vinda da periferia de Porto Alegre, a estudante participa de um projeto sobre representatividade de mulheres jovens na política. Padilha luta para que os tomadores de decisão enfoquem a periferia em suas ações, visto que, dentro do panorama de crise climática, a população carente é a mais afetada. Ela diz sua dor frente à indiferença que a comunidade tem frente aos movimentos ambientais e que muitas pessoas acreditam que esse lugar de ativismo deve ser ocupado pelos jovens, o que não é verdade. Em seu ponto de vista, a jovem crê que só haverá mudança se houver a participação e engajamento de toda a sociedade, independente da idade.
Confira aqui a íntegra da aula: