A terça-feira (24) foi o dia em que a UFSM recebeu apresentações de trabalhos de um público diferente. Foram 15 escolas, de Santa Maria e região, que trouxeram 40 painéis com variados temas abordados em sala de aula para serem apresentados na JAI Jovem. O evento faz parte da Jornada Acadêmica Integrada da UFSM e busca estimular esse público à produção científica e à troca de conhecimento.
A estudante Mariana Machado, da Escola Estadual de Ensino Médio Princesa Isabel, veio de Arroio do Só para apresentar seu banner. Ela está no 9º ano do ensino fundamental e fez seu trabalho na área de “Ciências da natureza e suas tecnologias”. “Práticas químicas na sala de aula” é uma demonstração de como os conteúdos podem ser aprendidos na prática, como foi o caso dos estudantes, que aprenderam através da execução de receitas. “A gente resolveu fazer algumas coisas químicas na escola. Fizemos o bolo para mostrar a questão do fermento na água quente, que forma o gás carbônico e cria o bolo”, afirmou Mariana. E para demonstrar isso aos demais participantes da JAI Jovem, o grupo trouxe três bandejas do doce para distribuir.
Esta é a segunda edição do evento, que reuniu estudantes de escolas públicas e privadas. O hall do prédio 74C ficou lotado de alunos que vieram apresentar seus resultados. O estudante Lauvir Freitas Carvalho, de 21 anos, também veio mostrar seu trabalho. Aluno do Instituto Estadual de Educação Olavo Bilac na modalidade ensino médio EJA, trouxe a pesquisa “Candidatos à doação de sangue com 16 e 17 anos de um hemocentro regional”, que mostra o baixo índice de doadores de sangue com esta idade no hemocentro de Santa Maria.
O trabalho de Lauvir é a continuação de um projeto que começou em 2016, quando o aluno foi premiado na JAI Jovem. Inicialmente, o jovem propôs um material de divulgação para jovens de 16 e 17 anos, no qual explicava sobre a possibilidade e a importância da doação sanguínea. O destaque na primeira edição proporcionou a ele uma experiência indescritível. “Você já imaginou um aluno de escola pública e do EJA, que tem que trabalhar e estudar, receber uma bolsa e ter ao seu lado uma professora com doutorado em Enfermagem para orientar?”, indagou.
Nesta fase do trabalho, Lauvir analisou o perfil desses jovens doadores. O estudante ainda salienta a importância de a UFSM realizar atividades como essa, na qual muitos alunos podem conhecer a Universidade por dentro e sentirem-se motivados a também fazerem o ENEM. Por fim, Lauvir deixa um recado: “Esse ano eu não vim com o objetivo de sair vitorioso. Sinceramente, eu gostaria que outro aluno ganhasse a premiação, para que ele pudesse desfrutar dessa bolsa que eu já desfrutei. Porque se eu já desfrutei uma vez, eu já tive minha oportunidade. E eu abracei essa oportunidade. Então, eu gostaria que outro aluno também abraçasse essa oportunidade. Que ele obtivesse essa experiência maravilhosa que eu também obtive.”
Texto e fotos: Melissa Konzen, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti
Fonte: www.ufsm.br