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Entrevista com a Diretora Presidente da FAPERGS e egressa da UFSM, Nádya Pesce



 

Com uma formação fora do país e uma consciência política que vem desde seu tempo de acadêmica, hoje ela é Diretora Presidente da FAPERGS – Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio Grande do Sul. A entrevistada dessa semana é Nádya Pesce da Silveira, formada em Química Industrial no ano de 1981 pela UFSM, Mestre em Química pela UFRGS, Doutora em Química pela Universität Bielefeld, na Alemanha e Pós-Doutora pela  Université Joseph Fourier, Grenoble, França.

Como era a vida na UFSM na tua época de graduação?

Bem, era boa, os professores ensinavam muito bem, mas o difícil eram os estágios, que não existiam. Não havia bolsas de estudos, havia somente 4 vagas de monitoria e quem conseguia a vaga permanecia até a sua formação então era quase impossível conseguir estagiar na área. 

Como foi ir para o mercado de trabalho depois da conclusão da graduação?

Bem, não tinha muito campo de trabalho aqui no Brasil naquela época para o meu curso, então era bastante concorrido. Eu consegui uma vaga para trabalhar na África, em Moçambique, e fiquei 3 anos lá. Depois disso eu voltei, fiz meu mestrado na UFRGS, fiz o doutorado na Alemanha (o governo alemão custeou) e fiz o pós-doutorado na França (o governo brasileiro custeou). 

E quais eram as diferenças que tu via entre uma universidade e outra?

Olha, como naquela época o investimento em ensino era dado por excelência, então os investimentos eram maiores na UFRGS do que na UFSM, dado que a UFSM era do interior, e a UFRGS era na região metropolitana. Tanto que na UFRGS tinham mais cursos de mestrado, e hoje em dia essa diferença caiu muito. Já o ensino alemão é bem diferente do brasileiro, lá os professores passam conceitos e os alunos devem aprender por si só. Aqui no Brasil nós vemos aquela necessidade de sala de aula, do professo frente aluno… E lá o incentivo ao estudo é maior, tanto que meu doutorado foi bancado pelo governo alemão. E a universidade francesa, onde eu fiz meu pós-doutorado, era parecida com a alemã, tendo mais espaço entre o professor e o aluno.

Qual é a sensação de voltar à UFSM, onde tu já ouviu palestras, para palestrar para os atuais estudantes e professores?

Bom, é muito boa, ver como a UFSM cresceu e cresce com investimentos federais e de incentivos à pesquisa e extensão. Eu gosto de lembrar aos ouvintes, sempre que tenho oportunidade de falar aqui, que eles vejam quem construiu o espaço universitário que temos hoje na UFSM. Quem foi atrás da criação dos Diretórios Acadêmicos no período pós-ditadura, porque a maioria das pessoas que fizeram parte daquilo hoje é gente conhecida, são pessoas que fazem parte do cenário brasileiro. Temos políticos, fundadores de institudos de pesquisa…

Durante a tua palestra, tu disse que fez parte do DCE enquanto graduanda. Qual era o cenário político do DCE naquela época?

Então, logo depois do final da ditadura, as eleições do DCE aconteciam por nomeação, pessoas influentes no governo decidiam quem faria e quem não faria parte do DCE. E nós, a nossa chapa, fomos os primeiros eleitos por voto depois da ditadura. Então foi muito emocionante. Era engraçado que, se tu pegares os jornais da época, nós saíamos nas capas toda hora, porque logo após a ditadura ninguém queria falar muito, mas nós falávamos. Corríamos riscos, sim, mas falávamos. Então nós éramos considerados famosos pelo nosso feito. Mas toda a luta por um espaço do DCE, um local para fazermos festas, tudo começou ali, né? E nós vínhamos para cá nos finais de semana, ocupávamos prédios, ocupávamos o RU, trazíamos artistas latinos para se apresentarem, era muito bacana. 

Do que tu mais sente falta da tua época na UFSM?

Ah, do ambiente do Campus. Esse tipo de Campus mais norteamericano é diferenciado, em que os prédios dos cursos são todos em um lugar só, mas relativamente distantes, com bastantes áreas verdes, local para eventos… E aqui é que existe o incentivo pro conhecimento, no ambiente acadêmico.

Qual é a mensagem que tu gostaria de passar para os alunos que estão na UFSM de hoje?

Como eu já disse, que eles estudem a história da universidade, como ela foi construída, quem estava aqui para criar os diretórios. E que a UFSM busque ser o ambiente cultural que ela foi, com apresentações, com a oportunidade de intercâmbio, onde os intercambistas morem aqui, com a construção de mais moradias estudantis. É isso, façam sua história, mas busquem saber a história da UFSM também.

 

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