Um download e pronto. Com o app instalado no smartphone ou tablet o usuário, seja deficiente auditivo ou visual seja estrangeiro, conseguirá acompanhar o filme que deseja.
Uma parceria de negócios entre a empresa brasileira Iguale Comunicação de Acessibilidade e a italiana Universal Multimedia Access já permite que brasileiros com deficiência visual e auditiva, ou estrangeiros que estiverem morando ou passeando no Brasil, instalem em seus smartphones e tablets o aplicativo MovieReading, que possibilita baixar tanto legendas quanto audiodescrição em Língua Portuguesa (PTBR), para que sejam sincronizadas, em tempo real, com os filmes. Agora, a expectativa é de que as produtoras e distribuidoras dos filmes no Brasil invistam nestes recursos inclusivos para que as obras, sejam elas lançamentos ou as que já estão disponíveis, tornem-se acessíveis permitindo a este público a usabilidade do app MovieReading.
Com esta novidade inclusiva, filmes em cartaz nas salas de cinema de todo o país e os já disponíveis em DVDs, Blu-Rays, VOD (Video On Demand, como Netflix) e até na TV aberta ou por assinatura, poderão ser assistidos com autonomia e riqueza de detalhes por quem tem deficiência visual, já que a audiodescrição – a descrição em áudio de todo conteúdo visual, das ações, expressões dos atores aos cenários e figurinos – permite melhor compreensão do conjunto da obra. O MovieReading também beneficiará usuários de legendas convencionais ou de legendas Open Caption, esta que, além das falas, indica em forma de texto todo o conteúdo sonoro, como as músicas, efeitos e ruídos.
Dentre os benefícios do app MovieReading, Maurício Santana, diretor da Iguale Comunicação de Acessibilidade, destaca a sincronização em tempo real da audiodescrição ou das legendas com o áudio do filme em exibição. “Ao selecionar o arquivo do filme baixado no ambiente do MovieReading, automaticamente o app sincroniza a audiodescrição ou a legenda ao áudio original do filme. Esta inovação da tecnologia assistiva é algo que veio para mudar o modo como a pessoa com deficiência visual e auditiva assimila o conteúdo das obras audiovisuais e se relaciona com o universo do cinema”, salienta Santana.
Como representante oficial do MovieReading no Brasil e na América do Sul, a Iguale responde pela produção do roteiro, gravação e mixagem da audiodescrição e das legendas dos filmes em Língua Portuguesa (PTBR) ou em uma determinada língua a escolha do cliente. O que, por exemplo, poderá ser pensado para projetos que queiram contemplar o acesso do público estrangeiro a conteúdos nacionais. Os arquivos com os recursos de acessibilidade serão, então, direcionados para hospedagem em um servidor da matriz, disponibilizando-os no aplicativo para que possam ser acessados por qualquer pessoa, em qualquer lugar.
A Iguale responde ainda pela formatação do aplicativo em português (PTBR), e por estabelecer o diálogo com as distribuidoras e produtoras para a realização de audiodescrição e legendas dos filmes lançados no país. “O diferencial deste aplicativo é que com ele cabe ao usuário à decisão de assistir um filme com audiodescrição, no momento que achar mais oportuno. Com isso, diminui a sua dependência por espaços ou mídias que ofereçam o recurso, o que no Brasil ainda muito é pouco. O mesmo vale para as legendas que precisam ser disponibilizadas ao público, tanto para as produções nacionais, quanto para os filmes estrangeiros. E o MovieReading ainda tem a vantagem de oferecer legendas em diferentes idiomas para o mesmo filme”, completa Mauricio.
Os usuários de legendas, em breve, poderão contar com óculos eletrônicos que exibem nas lentes o texto das legendas, dando a impressão de que estão incorporadas ao filme. Assim, o espectador terá uma experiência mais confortável e não precisará ficar olhando para a tela do celular ou tablet e para a tela de exibição ao mesmo tempo, outro benefício do MovieReading. Estes óculos, no entanto, devem começar a ser comercializados no Brasil somente em 2015.
Os cinemas, por sua vez, não precisarão de adaptações ou de instalação de equipamentos adicionais, pois tudo acontece no ambiente interno do próprio app MovieReading que funciona com a sincronia por meio do reconhecimento do áudio. Para Laércio Sant´Anna, deficiente visual e professor de Tecnologia do primeiro curso de Pós-Graduação em Audiodescrição do país, pela Universidade Federal de Juiz de Fora, o app é um avanço no processo inclusivo da pessoa com deficiência, seja auditiva seja visual, ao conteúdo dos filmes, já que por meio dele pode assistir com uma frequência maior, obras cinematográficas em casa, na companhia da família e amigos, ou nas salas de cinema.
Acesse: MovieReading
Fonte: SEGS