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Assista: Seminário debateu a trajetória das ações afirmativas nas universidades brasileiras



 

Organizado pelo Observatório de Ações Afirmativas (Afirme), com o apoio da Pró-Reitoria de Graduação da UFSM, o 1° Seminário Políticas Públicas e Ações Afirmativas reuniu, nos dias 20 e 21 de outubro, pesquisadores para apresentar seus trabalhos e debater os processos de implementação das ações afirmativas, seus efeitos e impactos. Foram apresentados 36 trabalhos nas quatro sessões de comunicação de pesquisa. Contando com 144 inscritos, o seminário integrou a programação da Jornada Acadêmica Integrada.

A noite de abertura do evento teve a participação do reitor Paulo Afonso Burmann; do professor Paulo Silveira, presidente da Comissão de Ações Afirmativas; da professora Silvia Pavão, presidente da Comissão de Acessibilidade; de Natanael Claudino, presidente da Comissão Indígena. Na ocasião, ocorreram duas palestras: “Inclusão na universidade: para que e para quem?”, com a professora e ex-reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Wrana Panizzi, e “Aprender e ensinar com a diversidade e a diferença cultural”, ministrada pelo professor Mauro Meirelles, do Centro Universitário La Salle e da UFRGS.

As questões que envolvem o processo de ampliação das modalidades de acesso em instituições de ensino superior, seus impactos nas próprias universidades e na sociedade foram a base das duas palestras. Ambos os palestrantes consideram que o acesso ao ensino universitário, ainda que relevante, precisa vir acompanhado de medidas de caráter mais amplo, focadas na percepção social acerca das características étnicas, sociais e culturais da sociedade brasileira. A mesa foi coordenada pela pró-reitora de Graduação, professora Martha Bohrer Adaime, e pela coordenadora do Afirme, Ana Lúcia Aguiar Melo.

A segunda noite do seminário foi aberta pelo painel “As ações afirmativas na UFSM: trajetória e desafios”, ministrado pela coordenadora do Afirme e pelos professores Luis Felipe Lopes, Cleber Ori Cuti Martins, Enio Seidel e Rafaela Andolhe. Considerando os pouco mais de 10 anos da implementação no Brasil da política de cotas para acesso às universidades – que, na UFSM, iniciou em 2008 –, o painel traçou um panorama sobre o assunto. Os painelistas partiram da análise do processo de diversificação da composição étnica de quem ingressa nas universidades como um dos efeitos das políticas de cotas e reserva de vagas, no sentido de aumentar as possibilidades de ingresso para segmentos sociais tradicionalmente afastados, em termos gerais, dessa perspectiva.

O painel também apresentou a metodologia, que vem sendo implementada há cerca de um ano, de organização, sistematização e tratamento estatístico para os dados relativos ao desempenho acadêmico dos estudantes que ingressaram na UFSM pelo sistema de cotas, em suas várias modalidades, e pelo sistema universal, no período de 2008 a 2014. Os dados serão disponibilizados para os interessados em pesquisar e analisar a execução da política de cotas na universidade, com o objetivo de subsidiar processos de avaliação e diagnóstico sobre a sua implementação, incluindo números sobre o acesso em cada curso da instituição, tempo de conclusão, trajetória no próprio curso, aprovação e reprovação, entre outros.

Na sequência da segunda noite, ocorreram as 36 comunicações de pesquisa. Os trabalhos apresentaram diferentes perspectivas sobre as questões que envolvem as ações afirmativas enquanto política pública, enfocando temas relativos à diversidade étnico-racial, políticas inclusivas, seus efeitos e características. Além disso, os trabalhos e os debates posteriores produziram parâmetros analíticos sobre as ações afirmativas. Englobaram questões pedagógicas, políticas de permanência e legislação, estabelecendo um vínculo descritivo e analítico entre as várias experiências apresentadas com a ideia de abordar as ações afirmativas, em seus diversos aspectos, como política pública, gerando subsídios para sua compreensão e avaliação.

O seminário constituiu-se em um espaço acadêmico para a divulgação e debate sobre a produção científica da UFSM e de várias outras instituições sobre o tema. A partir daí, é possível estabelecer um processo permanente de intercâmbio de experiências e difusão de pesquisas sobre os diferentes tipos de ações afirmativas e seus efeitos nos espaços sociais e nas instituições de ensino.

Fonte: www.ufsm.br 

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