A instituição britânica Quacquarelli Symonds (QS) divulgou, nesta quinta-feira (22), seu Ranking 2023 de Melhores Universidades da América Latina. Na atualização, a UFSM ocupa a 81ª posição, dentre as mais de 428 instituições avaliadas no continente, subindo 12 colocações em relação a 2022, quando ocupava a 93ª colocação.
Em junho, o Ranking Mundial da QS já havia sido divulgado: a UFSM obteve destaque positivo em um dos critérios mais importantes da avaliação, a “Reputação Acadêmica”.
A Instituição também evoluiu em comparação com o último levantamento no recorte nacional, e está na 20ª posição entre as mais bem colocadas no Brasil, de um total de 98 universidades. No ano passado, aparecia em 22º. Entre as Instituições Federais de Ensino Superior, ocupa a 14ª colocação dentre 48.
Devido à evolução no ranking, a UFSM foi condecorada durante o QS Higher Education Summit: Americas 2022, na Universidade Vila Velha (UVV), no Espírito Santo. Na ocasião, o reitor, Luciano Schuch, destacou a importância da conquista.
O ranking avalia oito indicadores:
- Reputação acadêmica: Avalia as percepções de acadêmicos de todo o mundo sobre as melhores instituições em termos de pesquisa;
- Reputação do empregador: Reúne as opiniões dos empregadores em todo o mundo sobre as instituições que oferecem os melhores profissionais;
- Aluno/docente: Razão entre o número de funcionários acadêmicos e o número de alunos. Um maior número de professores por aluno é um indicador indireto do comprometimento das instituições com o ensino de qualidade;
- Equipe com PhD: Busca avaliar a qualidade da formação do corpo docente, detectando a proporção dos que alcançaram o nível mais alto de formação em sua área de atuação;
- Citações por artigo: Mede o número médio de citações obtidas por publicação e reflete o impacto e a qualidade do trabalho científico realizado pelas universidades;
- Artigos por corpo docente: Busca determinar o número médio de publicações científicas (papers) produzidas por corpo docente e avalia a produtividade das instituições de pesquisa;
- Rede internacional de pesquisa: Avalia o grau de abertura internacional em termos de colaboração em pesquisa para cada instituição avaliada;
- Impacto na web: Busca avaliar a eficácia com que as instituições estão fazendo uso das novas tecnologias.
Destaques da UFSM
Com base nesses dados, o QS Ranking atribui uma nota à Instituição. A da UFSM foi 44.9, uma evolução significativa em relação à pontuação do ano passado, que foi 42. Dentre as categorias, a Instituição sai na frente em “Artigos por corpo docente”, na posição 32, com cerca de 8.756 publicações; “Impacto na Web”, na 36ª; e o indicador mais forte, “Equipe com PhD”, ao ocupar o 26º lugar, fazendo jus aos 1.799 pesquisadores da UFSM (à época) com o título acadêmico.
Para Lucas Langner, da Coordenadoria de Planejamento Informacional (Coplin), vinculada à Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan), o indicador “Equipe com PhD” demonstra o alto nível de formação do quadro docente da Instituição, que possui uma porcentagem altíssima, com mais de 88% dos profissionais com nível de doutoramento, segundo dados do UFSM em Números.
Já o indicador “Artigos por corpo docente” explicita o alto grau de relevância nas publicações que a UFSM vem obtendo ano após ano. “Esta é uma métrica muito importante, pois revela também a importância, a qualidade e o impacto das nossas pesquisas no mundo”, salienta.
Por último, ele complementa que a métrica do tópico “Impacto na web” evidencia o quanto a visibilidade midiática da UFSM vem crescendo em relação ao número de acessos às suas páginas, algo que corrobora todos os outros indicadores mencionados.
Outra informação apresentada pelo ranking da QS é a de que a Universidade, por meio de trabalhos de seus alunos ou professores, já foi citada em artigos acadêmicos 73.538 vezes só no período 2016-2021, com um domínio das áreas de medicina/ciências da vida, ciências naturais e engenharia/tecnologia.
Passo por passo, a realização dos objetivos
Segundo Lucas, há uma ligação direta entre o QS Ranking e o Plano de Metas 2018-2022 da UFSM. Isso porque o levantamento é utilizado como meta para o Plano, o qual já alcançou o objetivo de colocar a Instituição entre as 20 melhores brasileiras do Ranking britânico. “Dessa forma, também se relaciona ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que norteia e direciona o planejamento estratégico da Universidade”, acrescenta.
Para ele, esses avanços se devem à capacidade da Instituição em fazer um trabalho de qualidade. Assim, em sua perspectiva, o maior peso se deve ao indicador “Reputação Acadêmica”. “A Universidade tem trabalhado em parceria com pró-reitorias, setores e centros, no sentido de tornar a visibilidade da Instituição maior”, destaca. Para mensurar o peso deste indicador, ele reflete a pesquisa anual da QS, a qual, este ano, contou com mais de 100 mil entrevistados no mundo todo, e “a UFSM foi lembrada por entrevistados de 11 países”.
Incentivo e validação para continuar
Dessa forma, sente-se o reconhecimento da UFSM também devido ao respeito e credibilidade do QS Ranking. Para Lucas, a simples participação já é de grande relevância. Isso porque há um universo muito grande de instituições de nível superior no mundo, e apenas algumas centenas conseguem figurar nos principais rankings, ou seja, estar dentro de um ranking é estar com as melhores do mundo.
Para continuar em crescente, Lucas entende que se deve continuar a dialogar com os setores responsáveis, a fim de dar subsídios à produção científica, pois esta, além de tudo, contribui com a melhoria dos índices.
No tocante à importância desse e de outros rankings, eles permitem ter uma ideia mais clara da posição da Universidade em nível local, regional, nacional e mundial. Sem eles, não se saberia que, na média, a UFSM figura entre as 1.000 e 1.500 melhores universidades do mundo, sejam públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. Assim, os resultados são norteadores de para onde o mundo acadêmico está indo e de que forma.
“Acreditamos que a UFSM já está chegando a um nível de maturidade considerável e que irá permitir estarmos preparados para mudanças metodológicas dos rankings e, cada vez mais, conseguirmos explicar e evidenciar melhor a UFSM dentro do que nos cabe informar aos rankings”, entende Lucas.
Texto: Gabrielle Pillon, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Artes: Daniel Michelon de Carli/Unicom
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista
Fonte: ufsm.br