Todo ano, durante o mês de outubro, são realizadas campanhas sobre o câncer de mama e de colo do útero. Conhecido mundialmente como “Outubro Rosa”, nesse período acontece a intensificação de ações de conscientização sobre os riscos da doença e acerca da importância da prevenção e do diagnóstico precoce destes tipos de câncer. Apesar de extremamente importante, todo ano o “Outubro Rosa” também traz consigo uma lembrança: a falta de inclusão de pessoas trans em campanhas e em práticas de saúde.
É levando em conta a experiência de homens trans e pessoas trans masculinas, anualmente excluídas de campanhas de combate ao câncer de mama e de colo de útero, que a Liga Acadêmica de Saúde da Mulher (LiASM), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), desenvolveu a campanha Outubro+. A ação, realizada em parceria com a Casa Verônica UFSM, o Ambulatório Municipal Transcender e a Política de Equidade em Saúde de Santa Maria, busca a representação de pessoas trans no cuidado em saúde.
Leia mais sobre a campanha:
Com participação da UFSM, campanha Outubro+ inclui homens trans
Com material digital inspirado no conteúdo produzido pelo médico Dr. Ben Haseen (@lionhearted_ben), a campanha Outubro+ oferece instruções sobre a auto-palpação de peito para pessoas trans.
O que é o câncer de mama?
De acordo com o material disponibilizado pela LiASM, o câncer de mama é a “multiplicação de forma desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos”. Seus principais sintomas são:
- Aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular;
- Edema cutâneo (casca de laranja);
- Retração cutânea e dor;
- Inversão, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo;
- Secreção (especialmente quando é unilateral e espontânea);
- Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
Uma pesquisa realizada pela University Medical Center, com sede em Amsterdã, na Holanda, apontou que mulheres transgênero têm 47 vezes mais chances de desenvolver câncer de mama do que homens cisgênero (que se identificam com o gênero que lhes foi atribuído no nascimento). Além disso, segundo o material da campanha, apesar de não haver dados relevantes sobre homens trans, o risco de desenvolvimento do câncer de mama existe mesmo após a mastectomia masculinizadora – cirurgia de retirada da glândula mamária feminina, na busca da aparência de um tórax anatomicamente masculino.
Texto: Bianca Guimarães, estagiária de Jornalismo Casa Verônica UFSM
Edição: Wellington Hack, jornalista Casa Verônica UFSM