A Casa Verônica UFSM realizou, na tarde desta sexta, 22, a roda de conversa “Bissexualidade e pansexualidade: diálogos sobre vivências monodissidentes”. O evento, realizado em alusão ao Dia da Visibilidade BIssexual – comemorado no dia 23 de setembro -, contou com a participação da pesquisadora em Ciências Sociais e integrante da Rede Brasileira de Estudos sobre Bissexualidade e Monodissidência (REBIM), Danieli Klidzio.
Durante sua fala, Danieli lembrou da importância de se debater essa temática na sociedade, especialmente no ambiente acadêmico. Para a pesquisadora, a identidade bissexual é pouco falada, contribuindo para amplificar as violências simbólicas e o apagamento dessa identificação. Ao compartilhar suas experiências de pesquisas acadêmicas, Danieli ressaltou as diferenças de visibilidade para pessoas bissexuais nos contextos dos grandes centros urbanos e nas regiões de interior, como vivenciados na UFSM.
Ao longo da roda, estudantes e profissionais da UFSM trouxeram relatos de vivências e suas considerações sobre como é ser bissexual no contexto universitário, abordando as diferentes esferas que estão presentes na constituição da identidade bissexual. Também foram levantadas questões sobre os processos de invisibilidade a que essas pessoas estão submetidas e as estratégias para amplificar o debate e o conhecimento da pauta nos diferentes espaços sociais.
O Dia da Visibilidade Bissexual foi proposto em 1999, após ativistas dos direitos bissexuais reivindicarem, nos Estados Unidos, mais direitos à comunidade. O dia 23 de setembro é considerado uma data para o enfrentamento à bifobia e a visibilidade da identidade bissexual.
A bissexualidade é uma orientação sexual que se refere às pessoas que se relacionam ou se sentem atraídas afetiva, sexual ou emocionalmente com pessoas do mesmo gênero que o seu ou de um gênero diferente.
Rodeadas de mitos e preconceitos populares, a bissexualidade normalmente é invisibilizada por opor-se, em certa medida, a construção binária da monossexualidade – isto é, quando a sociedade compreende as orientações sexuais apenas a partir das relações heterossexuais ou homossexuais. A bissexualidade também é entendida como uma relação monodissidente justamente porque diverge dessa ideia da monossexualidade.
Uma pessoa bissexual pode sentir-se atraída por homens ou mulheres, ou sentir atração por um gênero mais do que o outro. Além disso, essa força de atração pode variar com o tempo.
Texto e fotos: Wellington Hack, jornalista Casa Verônica UFSM