Fontes locais revelam que o espaço foi saqueado, sendo transformado em moradia.
Mesmo encontrando-se sob proteção judicial a fim de evitar danos ao patrimônio, o Centro Cultural Kanhgág Jãre, da aldeia Serrinha, localizada ao norte do estado do Rio Grande do Sul, sofreu, na última semana, invasões e saques, tendo seu espaço transformado em moradia. As informações foram confirmadas por meio de fontes locais, fotos e vídeos, os quais reforçam a constatação das primeiras violações ao local feita em vistoria realizada pela presidente do INKA, Andila Kaingáng, acompanhada dos agentes da Polícia Federal, ainda no mês de outubro.
Gerenciado por mulheres indígenas, o Centro Cultural é o 1⁰ Ponto de Cultura em uma Terra Indígena no Brasil reconhecido pelo Ministério da Cultura sendo, também, sede da Organização Indígena Instituto Kaingáng – INKA. O espaço possui um acervo de obras de artistas indígenas composta por peças que integraram exposições de arte internacionais na França e na Suíça, em 2019, além de quadros, telas, obras de arte, artefatos guardados por gerações de indígenas Kaingáng, produções em cerâmica, tecelagem, livros e bens móveis.
Medidas estão sendo tramitadas na Justiça Federal para responsabilizar os envolvidos no crime. Vale ressaltar que, no mês de outubro deste ano, a comunidade da Serrinha sofreu ataques extremamente violentos por conta de processos de arrendamentos de terras, tendo resultado na morte de dois indígenas.
Fonte: Instituto Kaingáng