Silenciar. Estranhar-se a si mesmo e ao mundo. No cotidiano, apagar identidades e (sobre)vivências. Na ausência de oportunidades, emudecer uma vida que pode ser sonhada. Na pluralidade de mundos que habitam este planeta ferido, não perceber a totalidade do que se pode ser e o infinito dos outros que coexistem no mesmo território. Ocultar a poesia que a alma do mundo apresenta em locais únicos desta casa comum. Reivindicar. Com olhos admirados, reinventar o contato com a realidade. Sentir novos horizontes em um lar cotidiano. Notar que há no mundo uma velha novidade aparente. No tempo passado, avançar o futuro de um presente infinito. Idealizar. Empenhar-se em tarefas hercúleas insignificantes. Sorrir, como Sísifo, no exaustivo ritual do fazer diário. Pensar, imaginar, criar. De repente, os sonhos se conectam com o mundo de oportunidades. O novo sempre esteve aí no velho. Estudar. Durante dois anos, o Progredir Geoparque Quarta Colônia compartilhou no território uma política de qualificação profissional pautada em pessoas. Com cursos vinculados às características de um Geoparque, a troca de experiência mostrou que não é preciso estranhar- se da sua casa para inovar, criar, preservar, transformar. Participar. Reconciliar os moradores consigo mesmo e com o território para que pudessem se desenvolver pessoalmente e gerar renda no seu dia a dia. Reconhecer, nas conversas e nos risos, a poesia que durante tempos ficou ocultada dos olhos mundanos. Escrever. Nosso objetivo, com esta publicação, foi o de identificar como a alma humana e a alma do mundo se conectam em um novo existir. Não se trata de números, mas de histórias. Histórias que só precisavam de um incentivo para se desenvolverem em um novo trilhar. No porvir. Resgatar. Um mundo de possibilidades, um universo de descobertas, uma revista com vidas. Progredir.