Os Geoparques são territórios reconhecidos pela UNESCO em que a “Memória da Terra” é preservada e utilizada de forma sustentável para gerar desenvolvimento para a sua comunidade. Esse desenvolvimento pode se dar no turismo, na criação de produtos, na gastronomia, no artesanato e em todas as formas de atividades que conservem e valorizem o patrimônio geológico-geomorfológico, como rochas, minerais, água, solos, relevos, paisagens e fósseis, em associação à cultura da comunidade. É um território “vivo”, onde o tempo da Terra e o tempo da humanidade se encontram e se misturam para celebrar a herança daquilo que recebemos, olhando para o presente, com conhecimento do passado e planejando o futuro. Atualmente, existem 147 Geoparques Mundiais da UNESCO em 41 países, e somente um deles está localizado no Brasil (UNESCO, 2018). Na região central do estado alguns territórios apresentam condição ímpar dentro do país para a criação de novos Geoparques.
O município de Caçapava do Sul tem a presença de sucessões de rochas sedimentares marinhas e continentais muito antigas, de mais de 500 milhões de anos, expostas em áreas de grande beleza cênica e alta relevância ecológica, como as Pedras das Guaritas e a Serra do Segredo. Aliada a isso, está a presença, nos sedimentos de seus arroios, de fósseis de animais extintos da megafauna, em especial as preguiças-gigantes. Espécies vegetais raras e endêmicas do bioma pampa, além de comunidades humanas tradicionais, como indígenas, quilombolas e pecuaristas familiares, completam esse cenário singular na América do Sul.
Já o conjunto de municípios que compõem a Quarta Colônia, essas características relevantes se dão pela beleza natural das suas paisagens, da abundância de água de seus rios e de suas cascatas, da raridade dos fósseis ali encontrados – que testemunham as mudanças ambientais do planeta nos últimos 150 milhões de anos – e pela cultura preservada dos seus imigrantes.
Em ambos os territórios esse agrupamento de características, se bem articuladas, podem permitir às comunidades legar às próximas gerações deste planeta um futuro em que a qualidade de vida esteja em sintonia com a conservação da sua cultura e com a sua herança geopatrimonial. Por isso, os projetos Geoparque Caçapava e Geoparque Quarta Colônia, assumidos como projetos estratégicos pela Pró-Reitoria de Extensão a partir de 2018, tratam-se de uma iniciativa multidisciplinar e integrada não só com a comunidade, mas também com o poder público e com potenciais empreendedores. Em vista disso, são previstas ações que respeitem o modo de vida tradicional, os seus direitos, os seus saberes, a sua dignidade e o potencial local de cada território.
O projeto Geoparques articula a presença da UFSM na comunidade regional, qualificando a oferta de produtos e serviços, além de contribuir na preservação dos patrimônios cultural e natural, gerando renda e possibilitando a fixação dos jovens no território. Um terreno fértil para propostas de extensão, pesquisa, ensino e inovação; uma oportunidade de contribuir com o desenvolvimento local/regional e com a obtenção de uma certificação de visibilidade internacional.
A intenção desta proposta estratégica da gestão 2018-2021 também é reforçar o interesse dos pesquisadores da UFSM na temática e institucionalizar a iniciativa de promover o desenvolvimento local endógeno junto às comunidades. Atualmente, 34 ações de extensão estão em desenvolvimento nos territórios por equipes da UFSM. Para conhecer as atividades em desenvolvimento e já desenvolvidas, além de outras informações sobre os Geoparques Mundiais da UNESCO apoiados pela UFSM, escolha uma das opções abaixo.