Ir para o conteúdo PRE Ir para o menu PRE Ir para a busca no site PRE Ir para o rodapé PRE
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

“Não só uma dependência química, mas também psicológica”, projeto Deixando de Fumar Sem Mistérios oferece apoio a fumantes que desejam abandonar o vício

Projeto do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFSM oferece sessões terapêuticas para auxiliar grupos de fumantes a abandonar o tabagismo.



O projeto Deixando de Fumar Sem Mistérios, vinculado ao Centro de Ciências da Saúde (CCS), oferece apoio e acompanhamento a fumantes que desejam enfrentar o tabagismo. O projeto é coordenado pela professora Juliana da Rosa Wendt e conta com uma equipe de 15 estudantes de Medicina. As atividades do projeto funcionam nos moldes do Programa Nacional de mesmo nome, criado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Na UFSM, o Deixando de Fumar Sem Mistérios está em atividade desde o início de 2022 e oferece um ambiente de aprendizagem e acolhimento para auxiliar fumantes durante o processo de abandono do cigarro.

Após uma inscrição prévia na lista de espera do projeto, a equipe avalia, apoia e acompanha o processo de cessação do tabagismo em grupos de até 10 pessoas. Seguindo os moldes do Programa Nacional Deixando de Fumar Sem Mistérios, durante o primeiro mês de atividades, o projeto oferece quatro sessões semanais a um grupo e, após o primeiro mês, acompanha o progresso dos participantes em reuniões de manutenção mensais ou bimensais. De acordo com a coordenadora Juliana Wendt, a equipe busca sempre proporcionar um espaço de acolhimento, sem julgamentos. “Isso a gente sempre reforça para os participantes: não se julguem. A gente também não está aqui para julgar vocês. Se vocês eventualmente tiverem alguma recaída, a gente vai estar aqui para acolher e enfrentar esse novo desafio”, conta a professora. 

Juliana é especializada em Medicina de Família e Comunidade e explica que o tabagismo prejudica a população fumante em diversos âmbitos. “Não só a saúde física, mas também na parte psicológica. Muitas pessoas utilizam o cigarro como uma maneira de aliviar a ansiedade ou outros sintomas de problemas mentais. Isso gera uma dependência não só química, mas também psicológica”, explica a médica. A equipe do projeto atende pessoas de todas as idades, de todas as classes e de todos os gêneros. Juliana explica que os grupos são formados por “pessoas bem diversificadas, tanto de idade quanto de trajetória de vida, profissão, escolaridade, renda e até a maneira como o cigarro surgiu nas suas vidas. São pessoas bem diferentes”.

Deixando de Fumar

O Deixando de Fumar Sem Mistérios foi registrado como parte da extensão da UFSM em janeiro de 2022. O projeto foi idealizado ainda durante a pandemia, após a realização do 1.° Simpósio de Combate ao Tabagismo na UFSM, promovido pela Liga de Medicina de Família e Comunidade (LiMFaC) em agosto de 2021. Durante as atividades do simpósio, os estudantes identificaram uma lacuna no combate ao tabagismo na cidade de Santa Maria. A iniciativa da Secretaria de Saúde do Município, o Grupo de Controle e Cessação do Tabagismo, havia interrompido suas atividades durante a pandemia, o que limitou a ajuda oferecida aos fumantes que buscavam ajuda do programa. 

Com orientação da professora Juliana Wendt, o projeto foi estruturado como parte da extensão da UFSM para atender a demanda reprimida de pessoas que necessitavam de auxílio na luta contra o vício no tabagismo. “A gente criou este projeto de extensão também como uma forma de proporcionar mais uma oportunidade para as pessoas de Santa Maria e região que estavam na lista de espera dos Grupos do município”, comenta a coordenadora.

A estudante do 6.° semestre de Medicina, Ana Beatriz de Paula Barreto, está no projeto desde sua concepção. Ela explica que “além da demanda local, de pessoas que queriam parar de fumar e não tinham acesso aos grupos, a gente também viu a necessidade de levar os alunos [da graduação] a terem esse contato com o público”. Ana comenta que as atividades desenvolvidas pelos acadêmicos no projeto são essenciais para aperfeiçoar as habilidades de comunicação entre os futuros médicos e os pacientes. A estudante relata que, nas atividades do projeto, descobriu a vontade de se profissionalizar na área. “Eu quero trabalhar com isso, com aconselhamento, contra o tabagismo. Porque esta é uma questão de saúde muito proeminente na nossa população […] e eu vejo que precisa existir uma conscientização permanente e contínua”, explica.

Ana Beatriz também afirma que se sente muito grata por participar do Deixando de Fumar Sem Mistérios. Ela explica que, sem as atividades do projeto, não teria aprimorado certas habilidades no currículo convencional do curso. “A oportunidade de ter contato com os pacientes, tentar entender como funciona o vício, ver que não é fácil aconselhar as pessoas. A gente, [no projeto], aprende a como melhor aconselhar esses pacientes no futuro”, relata a estudante

Sessões e acompanhamento

A partir do Manual do Deixando de Fumar Sem Mistérios, oferecido pelo Governo Federal, a equipe da UFSM organizou seu projeto para oferecer quatro sessões terapêuticas toda semana, durante um mês, a um grupo de até 10 pessoas. Após o primeiro mês de sessões, a equipe passa a realizar reuniões mensais ou bimensais, para acompanhar o progresso dos participantes na luta contra o vício. A coordenadora explica que, mesmo o projeto não podendo oferecer medicamentos de combate ao tabagismo de forma gratuita, a função terapêutica das sessões e a interação entre os participantes se mostrou muito efetiva na luta contra o vício. “Se [durante o processo] a pessoa não parou de fumar completamente, pelo menos ela chegou a diminuir bastante a carga tabágica consumida”, comenta Juliana.

Toda a população fumante da região de Santa Maria pode encontrar apoio no projeto, após inscrição na lista de espera. A equipe convoca até 10 participantes por grupo, a partir da ordem de inscrição na lista. Antes do início das sessões em grupo, a equipe realiza uma série de consultas individuais para avaliar o grau de dependência de cada um, suas condições de saúde e quais são os fatores envolvidos no hábito do tabagismo. Depois da avaliação, a equipe inicia as atividades com quatro sessões de 1h30min, sendo uma por semana durante um mês. Durante as sessões, os participantes aprendem sobre como o tabagismo pode ser prejudicial a sua saúde e são convidados a trocar sua experiência com o vício com o grupo.

Os participantes encontram, no grupo, um espaço para compartilhar e dialogar sobre os motivos que os levaram ao vício e também os motivos que os levam a cessar com o hábito. Eles relatam suas experiências pessoais com o tabagismo e recebem, da equipe, uma série de informações utéis para auxiliar no processo. Nas sessões, a equipe destaca que os participantes não devem comparar suas experiências com a do próximo. “Cada caso é um caso, cada um tem uma história de vida diferente e a gente tenta sempre enfatizar isso no grupo. Cada um tem uma jornada diferente, mas todo mundo está ali pra se ajudar mutuamente”, explica a coordenadora. Após o primeiro mês de sessões semanais, são promovidas reuniões de manutenção para acompanhar o processo dos participantes e prevenir ou oferecer auxílio em caso de recaídas. O último grupo iniciou as atividades em agosto deste ano e a intenção da equipe é iniciar mais um em fevereiro. 

A estudante Ana Beatriz pontua que uma das questões mais levantadas durante as sessões é a dependência emocional que os participantes têm no cigarro. “Muitas vezes, os pacientes relatam que vêem o cigarro como um amigo, como um companheiro em momentos difíceis da vida. Então é uma dependência psicológica muito forte, além da dependência física e química”, explica Ana. A coordenadora afirma que a equipe ajuda os participantes a encontrarem alternativas saudáveis ao cigarro, para que eles possam substituir o hábito com novas ferramentas que os ajudem a lidar com o estresse do dia a dia. 

Metas para um futuro (não tão) distante

Juliana relata que, no momento, o Deixando de Fumar Sem Mistérios está focado em realizar as reuniões de manutenção com o grupo iniciado em agosto e também capacitar novos membros da equipe. Eles também planejam um encontro entre os dois grupos acompanhados pelo projeto a fim de proporcionar uma troca ainda maior de experiências entre os participantes. A equipe está estruturando uma parceria com a Coordenadoria de Ações Educacionais da UFSM (CAED) para organizar grupos que atendam especificamente a comunidade dentro da Universidade. Para o decorrer de 2024, o projeto planeja a formação e o acompanhamento de quatro novos grupos durante o ano e também, eventualmente, ampliar a equipe para abrigar estudantes de outros cursos da área da saúde.

Interessados em participar dos grupos de apoio promovidos pelo Deixando de Fumar Sem Mistérios podem se inscrever na lista de espera do projeto, por meio do formulário. Para mais informações, entre em contato com a equipe pelas redes sociais do projeto. Instagram: @dfsm.ufsm. E-mail: dfsm.ufsm@gmail.com. 


Texto por: Luísa Monteiro, Bolsista de Jornalismo da Subdivisão de Divulgação e Eventos da PRE
Revisão: Camila Steinhorst, da Subdivisão de Divulgação e Eventos da PRE

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-346-8577

Publicações Relacionadas

Publicações Recentes