Segundo dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, o estado alcançou, no último sábado (11), 272 decretos municipais de situação de emergência relativos à estiagem. São diversos os impactos gerados pela seca, que tem entre os seus principais efeitos a insegurança alimentar e a dificuldade de sobrevivência de animais e de seres humanos. Reconhecendo a gravidade dos impasses que atingem, principalmente, aqueles que vivem no campo, o Projeto Pilão discute atividades que possam auxiliar neste período.
O Pilão: Presença Negra no Campo está entre os dez Projetos de Extensão da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que integram o Espaço de Ações Comunitárias e Empreendedoras (Antiga Reitoria). Há cerca de 17 anos, a iniciativa promove atividades de incentivo à inclusão social e cultural de comunidades quilombolas residentes na região central do Rio Grande do Sul. Nesse território, atua nos quilombos de Arnesto Penna Carneiro – Palma, do 8º Distrito de Santa Maria (RS); Cerro do Louro, Estância do Meio e Timbaúva, em Formigueiro (RS); e Barro Vermelho, Passo da Serraria, Silêncio e Rincão dos Martimianos, em Restinga Sêca (RS).
O número de decretos presentes no relatório da Defesa Civil do estado corresponde a mais da metade das cidades gaúchas. Formigueiro e Restinga Sêca foram incluídas na lista recentemente, enquanto Santa Maria permanece desde dezembro, considerando o biênio 2022/2023. Em meio a esse cenário, o Pilão participou de uma reunião remota com os quilombolas de Formigueiro, que solicitaram o apoio do projeto devido à falta de água potável em suas regiões. Em 2010, com apoio da Fundação Cultural Palmares, a equipe já havia perfurado um poço artesiano que atende diversas famílias em Cerro do Louro, mas é limitado à população presente nas áreas mais próximas.
No início deste mês de fevereiro, o projeto encontrou o parceiro e deputado estadual Valdeci Oliveira, em uma reunião presencial que abordou as solicitações realizadas pelas comunidades e que discutiu as ações necessárias para atravessar os problemas resultantes da estiagem. Na ocasião, os representantes se comprometeram a tomar providências, começando com a criação de uma documentação a ser encaminhada às demais instâncias responsáveis por assegurar o direito humano de acesso à água potável e ao saneamento básico, com foco em atender às demandas dos quilombos localizados em Formigueiro.
Texto: Anna Júlia da Silva | Pró-Reitoria de Extensão UFSM
Revisão: Laura Lopes | Pró-Reitoria de Extensão UFSM