O compromisso social é prioridade para a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que preza pela ética, justiça e democracia. Para atuar nesses âmbitos, o contato da Instituição com a comunidade acontece, além de outras formas, por meio do Espaço de Ações Comunitárias e Empreendedoras (Antiga Reitoria). Dentre os dez Projetos e Programas de Extensão da UFSM que integram as salas do prédio, está o Pilão: Presença Negra no Campo, que promove atividades de incentivo à inclusão social e cultural de comunidades quilombolas residentes na região central do Rio Grande do Sul.
No estado, estão presentes cerca de 319 localidades quilombolas, de um total de aproximadamente seis mil existentes no Brasil, segundo dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando aspectos sociais, políticos, econômicos e ambientais, há 17 anos o Projeto Pilão atua nas comunidades negras rurais e urbanas, compreendendo os quilombos de Arnesto Penna Carneiro – Palma, do 8º Distrito de Santa Maria (RS); Cerro do Louro, Estância do Meio e Timbaúva, em Formigueiro (RS); e Barro Vermelho, Passo da Serraria, Silêncio e Rincão dos Martimianos, em Restinga Sêca (RS).
A ação busca contribuir com a capacitação profissional, a geração de renda, a alfabetização, a segurança alimentar, o cuidado com o meio ambiente e a saúde dessa população, com destaque à conscientização acerca da anemia falciforme. Dentre o que é desempenhado pela equipe, está o apoio por meio da arrecadação de materiais e a realização de eventos, palestras e oficinas, a fim de estimular a cidadania e a sustentabilidade em contato direto com os grupos. A iniciativa prioriza a manutenção e a implementação de políticas públicas destinadas à quilombolas.
O espaço da UFSM concedido ao Pilão está localizado na Antiga Reitoria, no centro de Santa Maria (RS). O projeto já ocupou a sala 312 e, agora, transita para a 505. Os locais permitem a reserva de materiais de apoio, registro e divulgação e possibilitam a realização de atendimentos, em sua maioria, nas tardes de quinta-feira. Segundo a equipe, a localização central auxilia na locomoção do público até o espaço, ainda que a maior parte das atividades sejam realizadas nas localidades quilombolas.
O trabalho é fruto de uma construção coletiva, incluindo professores, pesquisadores e estudantes que fizeram ou fazem parte da iniciativa. Dentre eles, estão: Vânia Maria Souza Paulon, Beatriz Rigon, Carmen Marli Leite da Silva, Leida Maria Felipetto, Mirian Noronha Oliveira, Silza Batista Lima (in memoriam), Jaqueline Mostardeiro Fabrin, Neila Richards, Hércules Nogueira Filho, Carmen Deleacil Nassar, Osmar Souza dos Santos (in memoriam), Diniz Fronza, Carlos Renan Denardin Dotto e Jorge Eugenio da Silva Felipetto. Ainda, há a participação voluntária de Deives Souza Paulon e Ranier Souza Paulon.
A mentora e coordenadora executiva da ação, Vânia Paulon, expressa: “O projeto faz parte da trajetória da minha vida, de aprendizados e de compartilhamento desses aprendizados. O Pilão expande o elo necessário que existe entre a Universidade e a comunidade”. A coordenadora geral, Beatriz Rigon, conta: “A Vânia me convidou para gerir o projeto e isso me trouxe muita gratificação. As vivências e as lembranças que reunimos ao longo dos anos não tem preço. A retribuição vem com o sorriso e o olhar deles”. A equipe relata que o plano futuro consiste em ampliar ainda mais a iniciativa, aumentando o número de atividades voltadas à escuta das comunidades negras rurais e urbanas e ao atendimento às suas demandas.
O contato com o Projeto Pilão pode ser realizado presencialmente, no espaço na Antiga Reitoria, ou de forma digital, através do e-mail projetopilaopaz@gmail.com ou do telefone (55) 3220-8166. Alguns conteúdos podem ser acessados via Facebook.
Texto e Fotos: Anna Júlia da Silva | Pró-Reitoria de Extensão UFSM
Revisão: Camila Steinhorst | Pró-Reitoria de Extensão UFSM