A Associação Ará Dudu, grupo participante da Incubadora Social da UFSM, realizou, na última segunda (10), o lançamento do curso “OBIRIN: feminina Moda negra”. A ação visa a trabalhar com a moda como um veículo na busca por empoderamento social, político e econômico de mulheres negras, transexuais e moradoras da periferia. De acordo com as organizadoras, essa primeira edição do curso atenderá 50 mulheres, 25 delas no prédio da Antiga Reitoria da UFSM – centro de Santa Maria – e mais 25 nas comunidades periféricas da cidade.
De acordo com Isadora Bispo, gestora de projetos do grupo, a associação Ará Dudu busca contribuir na geração de renda e no desenvolvimento sustentável das comunidades periféricas, especialmente as negras. Com as atividades do curso Obirin, as participantes, além de terem aulas de corte, costura e modelagem, irão dispor de apoio psicológico e jurídico. “Nossa proposta é que os modelos confeccionados também sejam utilizados por elas. Queremos que a periferia se aproprie disso e que seja uma roupa sustentável e inovadora”, comenta Isadora.
Para Carmen Chaves, membro-fundador e integrante da associação, a incubação do grupo pela UFSM foi fundamental para que o projeto, pensado há alguns anos, fosse concretizado. “Essa parceria permite um grande salto e mostra que o trabalho que desenvolvemos é compromissado com grupos vulneráveis, como as transexuais, os negros, a periferia”, enfatiza Carmen.
O coordenador da Incubadora Social da UFSM, Victor De Carli Lopes, destaca que, com o novo espaço para o desenvolvimento de ações extensionistas no centro de Santa Maria, será possível beneficiar novos grupos com as capacitações promovidas pelos projetos e programas de Extensão. “A ideia é que, como esse prédio [Antiga Reitoria] será de interface com a sociedade, a Incubadora Social traga novos grupos para dentro da UFSM, mostrando que eles têm um local para diálogos e novos saberes e, assim, possibilitando a geração de emprego e renda”, finaliza Victor.
A moda Obirin é uma moda que questiona o papel da mulher enquanto cidadã na sociedade brasileira, buscando analisar as condições de trabalho precarizado que ela enfrenta, em que recebe menos que o homem, assim como é mais propícia ao desemprego e à desigualdade estrutural, que se expressa em todas as formas de violência.
Texto e fotos: Wellington Hack/ Pró-Reitoria de Extensão
Revisão: Erica Medeiros/ Pró-Reitoria de Extensão