Ter uma casa e fazer, ao menos, três refeições por dia. Poder beber água potável. Ter educação de qualidade. Não se preocupar com preconceito de gênero, com as mudanças climáticas, nem com guerras e atentados. Saber que existe trabalho para todos e que há crescimento econômico. Enfim, viver em um mundo igualitário e sustentável.
Este seria o ideal de mundo em que todos nós gostaríamos de viver. No entanto, é um grande desafio tornar uma sociedade justa e digna para todos que aqui habitam. Por isso, 169 metas e 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos por 193 países, em 2015, durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável em Nova York, na sede da Organização das Nações Unidas. Esse acordo ficou conhecido, popularmente, como Agenda 2030 — isso porque o intuito é que as metas e os objetivos sejam cumpridos até o ano 2030, para tornar o mundo um lugar melhor.
As metas e os objetivos estabelecidos no protocolo deveriam ser adotados pelos países de acordo com suas próprias prioridades, visando a uma parceria global que oriente as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, não só no presente, como também no futuro. E, devido a sua versatilidade, pode ser desenvolvido tanto por governos, pequenas empresas e universidades quanto por você, que quer uma sociedade digna para todos que habitam este planeta.
Os objetivos
Mas como implantar esses objetivos na prática?
Campanhas do agasalho, oficinas sobre desperdício de alimentos, desenvolvimento de ações para uso racional de energia, educação financeira, doação de equipamentos para escolas, capacitação técnica para refugiados e oficinas de reciclagem — Essas são apenas algumas das ações que se enquadram nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
Mas você sabia que muitos desses objetivos já são desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Maria? Sim! A UFSM, através da Pró-Reitoria de Extensão (PRE), também abraçou a causa para trazer essa discussão à baila e difundir os objetivos entre a comunidade acadêmica e a sociedade em geral, afinal a instituição tem, na sua filosofia, o desenvolvimento de soluções ambientais, econômicas e sociais por meio de projetos. E, com a Agenda 2030, a UFSM tem a possibilidade de fomentar e motivar, ainda mais, a comunidade a se engajar nestes e, concomitantemente, fazer do mundo um lugar melhor de se viver.
Por isso, desde 2018, a instituição não só participa de reuniões da rede ODS, como também criou um grupo de trabalho, coordenado pelo Pró-Reitor Substituto de Extensão, Rudiney Soares Pereira, no qual participam servidores de todos os campi da instituição. De acordo com o Pró-Reitor, “na UFSM, do ponto de vista gerencial, podemos dizer que são trabalhados três ODS principais: Educação de Qualidade; Paz e Justiça e Parceria pelas Metas. Mas, se formos olhar para todos os projetos, certamente veremos que todos os objetivos são contemplados de alguma forma”.
Assim, o objetivo inicial desse grupo de trabalho é fazer uma classificação de todos os projetos que são trabalhados na UFSM, a fim de detectar em quais ODS se enquadram. Após, em um segundo momento, a comunidade acadêmica poderá propor projetos e poderão ser realizadas oficinas e workshops que expliquem a Agenda 2030, seus benefícios, suas oportunidades e suas dificuldades.
Para um dos integrantes do grupo de trabalho da Agenda 2030, o Professor Adjunto e Coordenador do curso de Engenharia de Transportes e Logística da UFSM-CS, Lucas Veiga Avila, a adesão da instituição na implantação destes ODS é uma oportunidade para promover a agenda sustentável, que já vem sendo desenvolvida em todos os campi. “A UFSM já tem isso arraigado, o fato é que agora são medidas mais complexas, que aos poucos vão começar a ser ampliadas e, assim, motivarão pesquisadores e estudantes a desenvolver trabalhos, pesquisas, projetos — o que tornará a UFSM pioneira no Brasil dentre as universidades públicas”, explica.
Dentre os trabalhos que já vêm sendo desenvolvidos, pode-se destacar o Recicla Frederico, que iniciou em 2013 em Frederico Westphalen, e recolhe resíduos eletrônicos trimestralmente. “É um projeto que possui uma estrutura e é conhecido em toda a região noroeste com um papel muito importante”, salienta Avila.
Além disso, segundo Lucas, o trabalho da Agenda 2030 se estenderá pelas próximas três gestões, pois é algo contínuo. “Começou nesta gestão atual e vai perpassar as próximas 3 gestões que estão por vir. O fato é que são 17 objetivos, alguns já estão avançados aqui na instituição e outros são mais universais, por isso precisamos analisá-los”.
Desse modo, a Universidade Federal de Santa Maria desenvolve um trabalho constante e que se enquadra nos objetivos da Agenda 2030. Agora, é necessário catalogá-los, para que seja mostrado, para a comunidade, o papel social e sustentável da instituição além de incentivar novas atitudes que possam contribuir com um mundo melhor.
Texto: Andréa Ortis – MTB 17.642
Bolsista NDI PRE