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E então, um mexicano disse: Faça-se a chuva sólida!



            Chuva. O grande diferencial de uma boa agricultura. Nada mais do que vapor de água condensado caindo do céu em forma líquida e molhando o solo e as plantas com sua esperança de altas produtividades. Quem diria… Mas em nossos dias de grandes avanços tecnológicos e modernidades, a principal prece dos agricultores pode chegar até a lavoura vinda do México e não mais do céu, e em um formato seco e sólido.
            Não é blefe, não é pegadinha e nem devaneio de uma pré-formanda de Agronomia. É a chuva sólida! O mais novo invento de um engenheiro mexicano que tem grande potencial para, no futuro, alterar os padrões até então vigentes de como se fazer agricultura e minimizar os efeitos da seca sobre as plantas cultivadas.
            A chuva sólida nada mais é do que um pozinho branco, semelhante a açúcar, constituído por uma substância química denominada poliacrilato de potássio. Este pó funciona como um verdadeiro silo de água. O pó é altamente absorvente e na presença de umidade, incha. Cada kg é capaz de abrigar até 500 litros de água retidos em forma molecular, resultando na então chamada chuva sólida.
            Depositado no solo, próximo às raízes da planta, o material é capaz de libertar lentamente a água que acumula, suprindo as necessidades dos vegetais e minimizando os efeitos de um possível estresse por falta de chuva. Os estudos indicam que o produto é capaz de manter as plantas túrgidas por até um mês de estiagem. A formação da chuva sólida pode ser realizada na propriedade rural e ser depositada na lavoura já com o acúmulo de água sólida, ou então a sua formação pode se dar diretamente na lavoura pela retenção de água das próprias chuvas.
                O poliacrilato de potássio permite até 10 processos de hidratação/gelatinização (acúmulo de água/esvaziamento) durante sua vida útil, que foi rigidamente testada por estudos. Essa tecnologia pode ser utilizada para os mais diversos tipos de plantas, não só lavouras comerciais, como também floricultura, horticultura e até cultivos florestais.
            Além de minimizar os danos com estiagens, a chuva sólida permite um melhor aproveitamento hídrico, inclusive em sistemas de irrigação, o que diminui os custos da lavoura. Sem contar que é capaz de aumentar significativamente a produtividade das culturas por impedir a ocorrência de estresse por falta de água. Em estudos feitos no México, lavouras de cevada sem o produto geraram produtividade de 2000 kg/ha, já lavouras com o uso da chuva sólida produziram 3000 kg/ha. Enquanto lavouras de aveia sem o produto geraram 2500 kg/ha, lavouras com chuva sólida produziram 5000 kg/ha.
            O mais incrível de tudo é que o produto já se encontra a venda e pode ser adquirido até mesmo pela internet, diretamente do México, através do site da Silos de Água. Estão disponíveis embalagens de 500 g e sacas de 25 kg. O site da empresa é http://www.silosdeagua.net.
            E fica o desejo de que no Brasil os estudos mostrem que a chuva sólida aja de forma tão eficiente como tem sido no México. Quem sabe um dia a tão temida Lã Nina já não seja mais problema para os agricultores do Rio Grande do Sul.
           

Por Laila Mayara Drebes

Publicado anteriormente: DREBES, Laila Mayara. E então, um mexicano disse: Faça-se a chuva sólida!. Panorama Regional, Tio Hugo – RS, p. 12 – 12, 30 jun. 2012.

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