Quando o receptor for a família, o emissor será o profissional
Você precisa considerar a organização da sua equipe de trabalho. Reconheça que a comunicação deve, preferencialmente, envolver uma equipe multiprofissional. O acompanhamento da comunicação envolve conversas que podem ocorrer em diferentes momentos, não de forma síncrona.
Há consenso de que a comunicação que compete ao médico é aquela de teor mais técnico, como o resultado dos exames, o diagnóstico em si e o prognóstico. Depois que o médico comunica o diagnóstico para a família, os demais profissionais que compõem a equipe do serviço mantêm este acompanhamento do processo de comunicação.
O acompanhamento multiprofissional envolverá orientações, esclarecimento de dúvidas, apoio, encorajamento para que a família decida contar ou não a outras pessoas de sua rede de apoio, bem como sensibilização sobre o direito da criança de saber seu diagnóstico. Priorize o profissional que tiver maior vínculo com a família, isto facilitará a aceitação do diagnóstico. A equipe deverá apoiá-lo para atender às demandas decorrentes da comunicação. Considere a importância da integração entre os serviços de saúde que atendem a criança e sua família.
A informação do diagnóstico e prognóstico da criança provoca maior sofrimento na família quando comunicada por profissionais que não acompanham a criança.
Os familiares valorizam o apoio da equipe, com a sensação de mais pessoas envolvidas no mesmo compromisso. A comunicação para a família deve, preferencialmente, ser realizada aos pais, e quando a criança estiver sob os cuidados de outra pessoa, verifique quem é o responsável legal. Para comunicar, priorize a presença de quem tem mais vínculo com a criança.
A presença de acompanhante, de acordo com a vontade daqueles que receberão a notícia, facilita a comunicação. Indica-se que escolham pessoas que possam oferecer apoio, como outros familiares ou pessoas de confiança.
Se os pais (ou responsáveis pela criança) desejarem comunicar para os demais membros da família, você ou algum profissional da preferência deles pode oferecer apoio. Inclusive, essa comunicação para os demais familiares pode ser compartilhada com algum profissional do serviço de atenção primária à saúde que a criança frequenta.
Os familiares preferem receber a notícia primeiro, para então se prepararem para compartilhar com a criança.