SEGUIMENTO LABORATORIAL E OBSTÉTRICO GVHIV
A abordagem laboratorial no início do acompanhamento clínico-obstétrico de gestantes vivendo com HIV tem como objetivo avaliar a condição geral de saúde da mulher e identificar o status da infecção pelo HIV (situação imunológica e virológica inicial), a presença de comorbidades e a existência de fatores que possam interferir na evolução da gravidez.
O nível da CV-HIV é um dos fatores mais importantes associados ao risco de transmissão vertical do HIV e auxilia no seguimento e na definição da via de parto.
– Indicação da via de parto em gestantes vivendo com HIV/aids
Vale reforçar a recomendação de que o parto vaginal é a via de escolha nas gestantes com CV-HIV menor que 1.000 cópias/mL a partir da 34ª semana.
Se não houver indicação obstétrica, não se recomenda realizar cesariana eletiva em gestante com CV-HIV abaixo de 1.000 cópias/mL para prevenir TV-HIV.
Fluxograma quanto às situações para administração de AZT endovenoso profilático para gestante durante o parto
Cuidados específicos durante o parto vaginal e cesariana em gestantes vivendo com HIV/AIDS
CUIDADOS ESPECÍFICOS DURANTE O PARTO VAGINAL |
Assim como na gestação, estão contra indicados todos os procedimentos invasivos durante o trabalho de parto (amniocentese, cordocentese, amniotomia precoce e monitorização fetal invasiva durante o trabalho de parto). |
O parto instrumentalizado deve ser evitado; |
Para o monitoramento do trabalho de parto, deve-se evitar toques desnecessários e repetidos (usar o partograma). |
Em condições e indicação para o parto vaginal , iniciar o AZT endovenoso logo que a parturiente chegar ao serviço em trabalho de parto, conforme o protocolo ,e manter a infusão até a ligadura do cordão umbilical. |
Diante da integridade da bolsa amniótica, a progressão normal do trabalho de parto é preferível à sua indução. |
Evitar que as parturientes permaneçam com bolsa rota por tempo prolongado, visto que a taxa de TV aumenta progressivamente após 4 (quatro) horas de bolsa rota. |
A amniotomia artificial deve ser evitada. |
A ligadura do cordão umbilical deve ser imediata à expulsão do feto, não devendo ser executada, sob nenhuma hipótese, a ordenha do cordão. |
A episiotomia só será realizada após avaliação cautelosa de sua necessidade. Sendo realizada, deverá ser protegida por compressas umedecidas com degermante (o mesmo utilizado para degermar a vagina e o períneo durante o parto). Manter a episiotomia coberta pela compressa umedecida. |
CUIDADOS ESPECÍFICOS DURANTE A CESARIANA ELETIVA |
A cesárea eletiva deve ser realizada a partir da 38ª semana de gestação, a fim de evitar a prematuridade, o trabalho de parto e a RPM. |
Caso a gestante que tenha indicação para a cesárea eletiva inicie o trabalho de parto antes da data prevista para a cirurgia e chegue à maternidade com dilatação cervical mínima (menor que 4cm), o obstetra deve iniciar a infusão endovenosa do AZT e realizar a cesárea, se possível, após três horas de infusão. |
Sempre que possível, proceder ao parto empelicado. |
Ligar o cordão umbilical imediatamente após a retirada do RN e não realizar ordenha do cordão. |
Realizar a completa hemostasia de todos os vasos da parede abdominal e a troca das compressas ou campos secundários antes de executar a histerotomia, minimizando o contato posterior do RN com sangue materno. |
Utilizar antibiótico profilático tanto na cesárea eletiva quanto na de urgência: dose única EV de 2g de cefazolina. |