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Tripes na cultura da soja: Principais cuidados no manejo



 

Figura 1: Sintomas de tripes em soja. Fonte: Maurício P. Batistella Pasini (2020 e 2021).

Um dos danos diretos é a redução da área foliar fotossinteticamente ativa e, por esse motivo, interferem no peso do grão ou semente, diminuindo a produtividade. Além disso, podem ocasionar abortamento de folhas e flores pelo envelhecimento precoce promovido pelos danos na planta. Indiretamente, esses insetos são potenciais transmissores de patógenos, como o vírus que causa a doença “queima-do-broto”.

As características de cada fase de desenvolvimento do inseto são de extrema importância para entender e desenvolver um manejo eficiente. Na fase de larva ou ninfa, quando o inseto adquire coloração amarelada, acontecem os maiores prejuízos. Nessa fase ocorre a danificação do tecido e cera que protegem a planta da desidratação, aumentando a perda de água dentro do tecido vegetal e levando à murcha das folhas.

Figura 2: Ilustração do ciclo de desenvolvimento da tripes. Fonte: Própria (2021).

Na cultura da soja prevalecem as espécies Caliothrips braziliensis e Frankliniella schultzei. A primeira tem preferência de permanecer na parte inferior das folhas, no terço inferior e médio da planta, já a espécie do gênero Frankliniella se instala, na maioria das vezes, no tecido meristemático. Dessa forma, é essencial que ocorra o monitoramento da praga desde os estádios iniciais da cultura, a fim de realizar o controle antecipado para atingir com maior facilidade a superfície abaxial das folhas, onde o inseto fica instalado.

O acompanhamento torna-se mais difícil nos estádios de desenvolvimento avançados e com o aumento da população dos organismos, com riscos de reinfestação caso o controle químico não dispor de tecnologia de aplicação adequada para entrar em contato com a tripes.

Figura 3: Caliothrips braziliensis na fase adulta. Fonte: Maurício P. Batistella Pasini (2020)

O manejo deve acontecer de maneira integrada, considerando-se as culturas no sistema de rotação (atentando-se a hospedeiras como o trigo, feijão, algodão, milho, dentre outras) e o controle de plantas daninhas que servem de abrigo para a tripes e também para as doenças as quais ela transmite, tanto na safra quanto na entressafra.

Inseticidas com ação translaminar devem ser priorizados para que se tenha uma supressão eficiente. Além disso, é importante que eles sejam seletivos a fim de evitar a mortandade de inimigos naturais, como alguns coleópteros, hemípteros, larvas de dípteras e de crisopídeos. Os ingredientes ativos registrados para o controle das duas principais espécies são sobretudo acefatos (organofosforados), clorfenapir (análogo de pirazol), imidacloprido (neonicotinóide) e permetrina (piretróide).

De maneira geral, a tripes não apresenta sérios riscos se manejada e controlada da maneira correta, porém é importante redobrar o cuidado em épocas de deficiência hídrica. Nesse caso, o desenvolvimento na fase de pseudopupa no solo é favorecido, contribuindo para o aumento rápido da população, que seria suprimida naturalmente pela chuva. O vento também é um fator importante de dispersão da praga, visto que ela não possui grande capacidade de voo. Dessa forma, com o monitoramento das espécies, principalmente em períodos de déficit hídrico, manejo integrado, e o controle adequado no momento certo, tem-se eficácia na supressão desse inseto-praga.

Autora: Fernanda Silveira Ribeiro, acadêmica do 2° semestre de Agronomia e Bolsista grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria

Referências:

MOMBELLI, Denilso J. Infestação de tripes na cultura da soja. Coagril. Disponível em: < http://www.coagril-rs.com.br/informativos/ver/255/infestacao-de-tripes-na-cultura-da-soja>. Acesso em 12 de jan de 2021.

SALVADORI, José R. et. al. Pragas ocasionais em lavouras de soja no Rio Grande do Sul. Infoteca-e (Repositório de Informação Tecnológica da Embrapa). Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/852548/1/pdo91.pdf>. Acesso em 12 de jan de 2021.

CAMARGO, Amabilio J. A. Ordem Thysanoptera. Coleção Entomológica da Embrapa Cerrados. Disponível em: <https://www.embrapa.br/cerrados/colecao-entomologica/thysanoptera>. Acesso em 12 de jan de 2021.

TAMAI, Marco A. et. al. Como realizar o controle adequado de tripes em soja e algodão. Grupo Cultivar. Disponível em: <https://www.grupocultivar.com.br/noticias/controle-de-tripes-em-soja-e-algodao>. Acesso em 12 de jan de 2021.

DESTAQUE Rural. Desafios da Soja 2019/2020 — Tripes, a praga dessa safra. 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1e_OlnzuPco>. Acesso em 12 de jan de 2021.

CROPLIFE América Latina. O pequeno grande devorador da Soja. Disponível em: <https://www.croplifela.org/pt/pragas/lista-do-pragas/trips-em-soja>. Acesso em 12 de jan de 2021.

Texto publicado em: https://maissoja.com.br/tripes-na-cultura-da-soja-principais-cuidados-no-manejo/

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