O desenvolvimento natural das plantas ocorre se alguns fatores como água, luz, temperatura e nutrientes estejam disponíveis em condições consideradas indispensáveis. Apesar da nomenclatura dos nutrientes serem classificados entre macro ou micro não diz respeito ao seu grau de maior ou menor importância, pois todos são considerados essenciais e a falta de qualquer um destes é prejudicial para seu desenvolvimento.
O potencial produtivo da soja é afetado por muitos fatores, entre eles a fertilidade do solo que, em associação às condições climáticas e disponibilidade de água, desempenham funções para a realização de diversos processos vitais nas plantas. A interação entre esses fatores determinará o potencial produtivo das plantas de soja. No entanto, o entendimento desses fatores é complexo, por isso, isolamos cada um deles com o intuito de melhorar a tomada de decisão.
Um grupo desses fatores que tem merecido atenção pelos técnicos são os micronutrientes, entre eles o boro. Este é um micronutriente de grande importância para a cultura da soja, porém o manejo da sua adubação requer cuidados especiais, uma vez que sua falta pode ocasionar perdas consideráveis para aqueles que almejam alta produtividade, pois a sua deficiência acarreta na desorganização no crescimento do tubo polínico, má formação dos vasos condutores e diminuir a germinação do grão de pólen.
Além disso, o boro é imprescindível para diversas outras funções nas plantas, como para respiração celular, síntese e estruturação de células-guarda, síntese e metabolismo de fenóis, transporte de açúcares nas plantas, metabolismo de carboidratos e na lignificação. O boro apresenta baixa mobilidade na planta (Castillo, 2016), portanto, os sintomas de deficiência são encontrados primeiramente nos tecidos jovens e recém-formados.
O boro não é encontrado isolado na crosta terrestre e o principal minério que o contém esse elemento é o bórax. Nos solos, o teor total varia entre 3 e 100 mg/kg, com valores médios entre 10 e 20 mg/kg (Vanin, 2014). O teor médio de B nas folhas estimado corresponde à concentração de 0,8 mg L-1 de B e na solução foi de 83 mg kg-1. Este teor estimado pode ser considerado muito próximo do limite crítico para a ocorrência de sintomas de toxidez (Mascarenhas, 2001).
O micronutriente é absorvido pelas plantas como ácido bórico e borato, tanto via radicular como foliar. A adubação, quando realizada diretamente ao solo pode ter grande proporção lixiviada, portanto, a melhor maneira indicada para a aplicação desse nutriente é na forma foliar, garantindo assim melhores rendimentos em seus resultados (Biscaro, 2007).
Em um cenário onde produtores buscam, cada vez mais, alcançar o teto produtivo, analisar fatores mais pontuais, tais como, a relação da fertilidade do solo e seus micronutrientes, começam a fazer parte da rotina das análises além dos teores, já tão comumente trabalhadas, como fração de argila e pH do solo, agora, cada vez mais, as condições de avaliações bioquímicas são relevantes, a exemplo, como o boro influencia diretamente em fatores fisiológicos e que alteram a produtividade na planta da soja.
Autor:
André Müllich , acadêmico do 3º semestre de Agronomia e bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria .
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