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O papel dos Fitormônios na fisiologia das sementes



As sementes são um dos insumos de maior importância quando buscamos lavouras de altas produtividades, classificadas como um veículo de tecnologia, carregando ao produtor os caracteres de importância agronômica selecionados no melhoramento genético. São estruturas provenientes da reprodução sexuada das plantas, sendo responsável por carregar e proteger o embrião, além de fornecer reservas nutritivas para seu desenvolvimento inicial.

Sabe-se que seu processo de formação é complexo e minucioso, onde além de surgimento do embrião, tegumento e reservas, há produção de alguns fitormônios, ou hormônios vegetais, que desempenham papéis fundamentais nos processos fisiológicos das sementes, dentre eles, podemos citar as citocininas, auxinas, giberelinas e ácido abscísico.

A formação de sementes pode ser dividida em 4 grandes estágios: I e II envolvendo divisão e expansão celular, III com acúmulo de reservas e por fim IV com desidratação da semente formada. Dentre os fitormônios presentes no metabolismo vegetal, as citocininas são fundamentais para os processos de divisão celular, sintetizadas durante todo o processo de formação da semente, contribuindo nos primeiros dois estágios, diminuindo conforme o acúmulo de massa seca aumenta. As auxinas, por sua vez, estão relacionadas ao processo de assimilação dos compostos vegetais que a planta empenha para desenvolver os tecidos da semente.

As giberelinas, além de atuarem simultaneamente à auxina no processo de expansão celular, são promotoras da condução da síntese das reservas nutricionais. Sua importância é efetiva na fase III da formação de sementes, o acúmulo de reservas, ou também chamado de “enchimento de grãos”, que impactará no peso final desse órgão vegetal.

Por outro lado, o hormônio denominado ácido abscísico atua no final do processo de formação da semente, inibindo os processos de germinação. A sua ação impede que o metabolismo do embrião seja ativado de forma precoce, prevenindo que a plântula se desenvolva precocemente. Esse fitormônio é responsável também pela indução da dormência inata das sementes, contribuindo para sua dispersão temporal e manutenção de qualidades agronômicas (germinação e vigor) por tempos prolongados.

Vale ressaltar que o processo de formação das sementes culminará na sua qualidade final, bem como no pleno desenvolvimento de um novo indivíduo adulto após a sua semeadura e germinação em condições adequadas. É de suma importância que o engenheiro agrônomo tenha domínio sobre os processos que envolvem a formação desse veículo de tecnologia, justamente para selecionar a qualidade do produto que será destinado ao produtor rural.

Autor:

Yuri Rafael Rissi, acadêmico do 8º Semestre do curso de Agronomia, bolsista do grupo PET Agronomia e voluntário do Laboratório de Análise de Sementes — UFSM

Referências Bibliográficas:

MARCOS FILHO, Júlio. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. . Londrina: Abrates. 2005 . Acesso em: 12 ago. 2022. MOTERLE, Lia Mara et al. Efeito de biorregulador na germinação e no vigor de sementes de soja. Revista Ceres, 2011.

TAIZ, Lincoln; ZEIGER, Eduardo. Fisiologia vegetal. Universitat Jaume I, 2006.

LEITE, Vagner Maximino; ROSOLEM, Ciro Antonio; RODRIGUES, João Domingos. Giberelina e citocinina no crescimento da soja. Scientia Agricola, 2003

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