Em seu princípio o grupo teve grandes dificuldades para se estabilizar, a falta de tutor no ano de 1992 trouxe grandes problemas aos petianos, e isto conjuntamente com a falta de apoio e o desconhecimento de alguns professores à respeito do que seria o grupo PET-Agronomia e qual seu papel no curso dificultou a elaboração de atividades por parte dos alunos.
Ao final de 1992, com a nova tutora Nara Zamberlan dos Santos, o grupo teve uma nova oportunidade de se reintegrar ao sistema e seguir com suas atividades e propor inovações e novos projetos. Referente a este tempo a ex tutora, professora Nara, relata:
“Diante de tantas dificuldades não esmorecemos, ao contrário continuamos desenvolvendo as atividades possíveis. Eram poucas por falta de condições, mas um enorme elo se criou: nossa amizade e nossa cumplicidade. Mandamos o relatório ao final do prazo e fomos avisados de uma visita in loco. A Instituição (mais precisamente, o Curso) em contrapartida pelas normas vigentes deveria oferecer um espaço físico para o funcionamento. Não tínhamos sala para receber os avaliadores. Depois de peregrinações no Conselho do campus, Direção e Coordenação conseguimos emprestado por dois dias um local para “enganarmos” os avaliadores, encobrindo a falta de compromisso de outros. Os bolsistas prepararam o local, tudo simples, mas limpinho, organizado e, principalmente, transmitindo uma energia positiva, uma ânsia de vencer, e vencemos.
Logo depois dessa fase difícil com final de sucesso, o grupo PET Agronomia começou a se aproximar com os outros PET’s, tanto da Instituição como os grupos de fora e as reuniões e os eventos também foram fundamentais para o crescimento do grupo. Os bolsistas agiam como multiplicadores e a cada reunião, atividade, viagem ou cursos mais alunos compareciam. A própria troca entre tutores com reuniões sistemáticas foi um fator de crescimento para todos os PET’s que socializavam suas idéias e pactuavam atividades integradas”.
Foram muitas as atividades realizadas nestes 23 anos, diversas envolvendo ensino, pesquisa e extensão, além daquelas sugeridas pelas normas vigentes sobre o programa.
Na década de 1990 ministrou-se um curso de noções básicas de informática, disponível a todos os acadêmicos interessados no assunto, contratou-se um professor de inglês, foi realizada uma exposição de fotos, além de muitos seminários, dos quais se destacaram o 1º Seminário de Educação Ambiental e o Seminário de Cooperativismo Rural, abertos ao público em geral.
No ano de 1997 o grupo iniciou um projeto de extensão com fim de implantar uma unidade de produção olerícola no lar “Aldeia SOS” de Santa Maria-RS (constituído de um conjunto de cinco casas lares e uma casa de jovens masculina, com mais de 50 crianças). As crianças aprendiam a plantar e cuidar das hortaliças e das frutas e os produtos colhidos contribuíam para o abastecimento do lar. Outras atividades, como a construção de um minhocário, análises de solos, técnica de adubação e calagem e palestras sobre olericultura para as crianças também foram realizadas.
Além de alcançar seu objetivo o grupo ampliou sua atuação dedicando-se a aspectos sociais e humanos, apadrinhando as crianças, transmitindo carinho e amor através de brincadeiras e visitas.
Dentre as atividades realizadas pelo PET-Agronomia, vários projetos de discussão de temas, através de filmes, livros e notícias trazidos por integrantes também foram feitas. Bem como eventos de reencontros e trocas de experiências com ex-professores do curso para ouvir relatos e, também, para homenageá-los pela dedicação e trabalho.
Em sua trajetória o grupo também contou com a apresentação de palestras de temas variados como: cidadania, movimentos sociais, religião, correspondências oficiais, marketing, direitos humanos, técnicas agrícolas de última geração, entre outras. Os temas eram propostos pelos bolsistas que organizavam a atividade e elaboravam o convite aos palestrantes.
Cursos para os petianos de assuntos como: fotografia, etiqueta e comportamento também entram na lista de atividades, na qual também pode-se incluir a realização de viagens com fim de acompanhar um ciclo de palestras ou conhecer empresas e propriedades.
Com caráter social, o grupo apresentou projetos ambientais em escolas do município e fora dele, publicando posteriormente os resultados em eventos estaduais. Além disso, foi realizado um trabalho referente ao alcoolismo no meio rural, que surgiu pelo avanço desse problema entre os jovens do campo. Para este fim os petianos efetuaram um levantamento da situação do alcoolismo entre os jovens de duas comunidades rurais, detectando o percentual de envolvidos com o problema e sua faixa etária. Para expor os resultados e procurando a conscientização do público alvo, foi editada uma fita audiovisual sobre o assunto, servindo como base para orientar os jovens, através de atividades em escolas.
O grupo PET-Agronomia foi importante não apenas aos alunos e tutores que dele fizeram parte e que contribuíram na formação desta vasta história de comprometimento e responsabilidade com a comunidade, mas também de todas as pessoas que foram influenciadas e abrangidas por alguma das atividades propostas pelo grupo.
O primeiro petiano do grupo PET Agronomia, Clovis Mezzomo, ressalta que seu sucesso profissional é devido a sua participação no grupo declarando:
“O tempo de PET concedeu um número elevado de experiências que levaram um aprendizado importantíssimo. No meu caso, atuei nas áreas de mecanização agrícola, irrigação e administração rural. A última área definiu o meu ingresso no mestrado, onde em prova aplicada em todo território nacional pude ser aprovado antes da conclusão do curso.
No mestrado pude desenvolver minha tese sobre a Coordenação da Cadeia Agroalimentar das Olerícolas Congeladas, uma tese inovadora que foi defendida com distinção e louvor. Resultado de anos de treinamento na metodologia científica do período PET. Por isso, sou muito grato pelos mestres que tive e me conduziram pelo exemplo e pela palavra durante os anos de PET. Aproveitem, errem, acertem, inovem, enfim, vivam esta experiência na sua totalidade porque a faculdade da vida fica mais fácil quando se participa deste grupo.”
O professor do departamento de solos da UFSM, Rodrigo Josemar Seminoti Jacques, esteve no grupo por quase quatro anos, no período correspondente aos anos de 1996 a 1999 e salienta a importância que o grupo teve em sua vida profissional e pessoal:
“A minha participação no grupo PET-Agronomia abrangeu o meu quarto ao décimo semestre do curso, portanto foi uma participação longa, se comparado aos demais colegas da época, que normalmente ingressavam no PET em semestres mais avançados do curso. Este período foi de grande crescimento profissional e pessoal, e tenho certeza que eu e meus colegas petianos tivemos uma formação diferenciada em relação aos demais colegas do curso.
Esta afirmativa justifica-se pelo fato de desenvolvermos pesquisas em laboratórios sob a orientação de professores da Agronomia, da mesma forma que qualquer outro aluno de Iniciação Científica, portanto tínhamos as mesmas responsabilidades que os bolsistas do CNPq, FAPERGS, etc. Além desta atividade científica, tínhamos uma gama de outras atividades, com foco no nosso desenvolvimento pessoal.
Além disto, destaco dois outros pontos muito importantes na minha formação: a grande amizade que criamos entre os bolsistas, o que permitiu um ambiente muito agradável e a convivência com alunos de outros semestres, enriquecendo nosso cotidiano de aluno da Agronomia; e a gestão do tempo, pois como tínhamos muitas atividades, era fundamental que fôssemos organizados, disciplinados e concentrados, para fazer tudo “rápido e bem feito”.
Com o treinamento em gestão do tempo que tive como petiano, hoje consigo, pelo menos parcialmente, me organizar frente a todas as atividades que temos como docente, pois de certo modo, já estava acostumado a conduzir diversas atividades paralelamente.”
Outro professor e atual tutor do grupo, também do departamento de Solos, Fabrício de Araújo Pedron teve sua participação no grupo por dois anos nos quais, além das atividades planejadas para a equipe ainda contribuiu juntamente com os demais integrantes na organização de uma mobilização de todos os grupos PET’s do Brasil e sobre este período o professor relata:
“Na minha época, em 1997/1998 os grupos PET eram desmobilizados entre si, eram raras as atividades em conjunto. Nesta oportunidade o grupo PET-Agronomia estimulou esta união através de encontros para discussão e algumas atividades em conjunto. Neste ano organizamos o último ENESPET, havendo a mudança de nome nesse encontro para o I Encontro dos Grupos PET da Região Sul- SULPET. Também fomos a Brasília protestar contra a extinção dos grupos PET. O protesto não juntou muita gente, mas foi eficiente, pois tivemos a manutenção dos grupos e suas bolsas. A partir desta época foram cortadas as taxas de bancada (ou nome parecido) que os grupos utilizavam para realizar eventos ou viagens de estudos. Isso afetou bastante a qualidade das atividades do grupo. Através destes eventos conjuntos, praticamente todos os grupos PET ficaram mobilizados e as atividades conjuntas foram mais frequentes nestes 2 anos. Infelizmente tive que deixar o PET porque fui estudar nos USA na metade de 1998, deixando de acompanhar suas atividades. Resumo minha experiência no GRUPO PET em uma frase: é uma oportunidade de ter uma formação agronômica mais ampla e interdisciplinar.”
Ao longo de sua existência, o que motivou os integrantes do PET-Agronomia a participarem do grupo foram, principalmente, o desejo de obter experiências e integrar conhecimentos que vão além da graduação. Os petianos também encaram esta participação como um desafio capaz de prepará-los mais fortemente para o mercado de trabalho, bem como aperfeiçoar capacidades como: comunicação, organização e trabalho em grupo.
Referente ao período de participação no grupo a ex-petina Priscila Barbieri relata:
“Durante esses três anos em que participei do grupo percebi que obtive um grande crescimento como pessoa, o que hoje vejo que foi fundamental para os novos rumos em que destinei a minha carreira acadêmica. O convívio com o grupo me proporcionou melhoras em diversos aspectos pessoais, dentre eles destaco a melhora de minha capacidade comunicativa, preparando-me assim para o mercado de trabalho e auxiliando em minhas relações interpessoais.
Grandes amizades foram feitas dentro do grupo e muitos laços carrego comigo até hoje, mostrando a importância que o grupo teve em minha formação pessoal e profissional”.
Com o fim de expandir as visões, disseminar conhecimento e participar ativamente para uma melhor construção da sociedade o grupo PET-Agronomia realizou diversas atividades, sendo que, seguem algumas a seguir, as que são realizadas atualmente podem ser vistas na aba ATIVIDADES.
1) UFSM vai à Escola:
É um projeto de extensão idealizado e realizado pelos petianos no ano de 1998 e que tem como objetivo estimular os alunos do ensino médio a ingressarem no ensino superior público por meio da apresentação da Universidade Federal de Santa Maria em escolas gaúchas localizadas em regiões do estado que tenham pouca ou nenhuma informação a respeito das formas de ingresso na universidade e seu funcionamento.
Do ano de fundação do projeto até a atualidade foram mais de 60 escolas visitadas, abrangendo mais de 12000 alunos com as apresentações. Dentre os municípios que já receberam o grupo para apresentações estão: Casca, Três Palmeiras, Rondinha, Ronda Alta, Vila Nova do Sul, Miraguaí, Tenente Portela, Arroio do Meio, Encantado, Lajeado, entre outras cidades abrangendo as diversas regiões do estado.
A viagem é realizada uma vez ao ano e busca abranger a cada ano regiões diferentes, realizando uma rota de visita em todas as organizações de ensino públicas e privadas. A apresentação consiste em uma breve introdução do grupo PET-Agronomia, estrutura da universidade, formas de ingresso, assistência estudantil, características da Cidade de Santa Maria.
O principal foco do projeto é levar ao público de menor condição financeira e acesso à informação a possibilidade de conhecer as formas de ingresso na universidade, quais os benefícios o universitário tem direito e como pode fazer para adquiri-los, como é o caso da moradia estudantil, alimentação, entre outras. Porém, além de levar informação à sociedade o projeto também proporciona ao grupo a possibilidade do grupo de aperfeiçoar sua capacidade de oratória perante um público desconhecido, bem como manter um maior contato entre os universitários e estudantes do ensino médio.
O projeto já influenciou diversos alunos a procurarem a Universidade Federal de Santa Maria para seguir com suas atividades acadêmicas, como é o caso do aluno Diego André Rizzatto que presenciou as apresentações do grupo e atualmente é integrante do mesmo.
2) Simpósio de Atualização em Grandes Culturas:
O Simpósio de Atualização de Grandes Culturas é organizado pelo grupo desde 2011, ocorrendo desde então anualmente, sendo feita uma rotação de culturas de interesse e importância econômica no Rio Grande do Sul, sendo elas: soja, milho, cereais de inverno e arroz.
O grupo considera importante a realização deste projeto visto que com o grande desenvolvimento técnico e científico, diversas tecnologias são desenvolvidas a cada instante, além da dificuldade de toda esta informação e tecnologia chegar na mesma velocidade aos produtores, profissionais da área e alunos.
Em 2015, em sua quinta edição o evento, realizado no Auditório Flávio Miguel Schneider, trouxe como tema as atualizações técnico-científicas referentes à cultura da soja e alcançou lotação máxima do local, sendo prestigiado por acadêmicos de diferentes instituições de ensino, de cursos variados, técnicos da área, professores e interessados no assunto.
Referente ao evento o aluno do curso superior de Técnico em Produção de Grãos do Instituto Federal Farroupilha-Campus Júlio de Castilhos e estagiário de empresa COOPARCENTRO, Cassio Mello Porterla declara:
“Encaro este evento como uma grande oportunidade de atualização em um campo altamente competitivo e que está em constante evolução, como é o caso do agronegócio e principalmente da soja, cultura extremamente importante em nosso estado e no país. Atualmente é de suma importância que o futuro profissional esteja sempre em contato e informado a respeito das novas tecnologias para conseguir encarar o mercado de trabalho, que hoje está muito competitivo.
Este simpósio ainda nos auxilia a manter contato com pessoas influentes no meio e a conhecer as pesquisas por elas feitas. Proporciona a tirada de dúvidas, o diálogo ao final das palestras, a troca de experiências entre alunos e profissionais. Mesmo com alguns imprevisto acredito que o grupo está de parabéns pela qualidade das palestras e pelos palestrantes”.
3) Curso de Apresentação Oral de Trabalhos Acadêmicos (CAOTA):
O Curso de Apresentação Oral de Trabalhos Acadêmicos (CAOTA) completa em 2015, 16 anos de existência. O projeto foi criado tendo em vista que a apresentação oral, além de ser uma forma de levar conhecimento, proporciona aos alunos maior segurança e facilidade de comunicação, fator de suma importância para um futuro profissional que deverá se destacar quando exposto ao mercado de trabalho.
O CAOTA visa desenvolver técnicas para a apresentação de trabalhos orais e auxiliar o acadêmico a planejar, preparar e apresentar o trabalho de forma correta. Sendo realizado uma vez ao ano e ministrado pelos integrantes do grupo que já tenham assistido o curso e estejam capacitados a apresentá-lo
São quatro dias de palestras nos quais são abordados temas que tratam de aspectos como: postura do apresentador frente ao público, organização da apresentação, atitudes que devem ser evitadas, ideias de como tornar uma apresentação dinâmica, qualidades de um bom apresentador, aspectos de linguagem, definição do tema e partes da apresentação.
Ao final do curso os participantes devem fazer uma apresentação de tema livre que é avaliada pelos ministrantes para reafirmar os temas ensinados. Também são realizadas dinâmicas de integração entre os participantes.
O curso abrange de modo geral acadêmicos do curso de Agronomia, Zootecnia e Engenharia Florestal. No ano de 2008 devido à procura por parte dos alunos foram realizadas 4 edições do curso dentro da universidade abrangendo também os alunos do Colégio Politécnico da UFSM. Neste mesmo ano foram realizadas apresentações na Escola Agrotécnica Federal de São Vicente do Sul, e na Unipampa na cidade de Itaqui.
Ao final do curso pretende-se obter acadêmicos mais capacitados e com maior facilidade de apresentar trabalhos diante de um público. Acadêmicos que já participaram do curso relatam que a participação no CAOTA foi bastante satisfatória e que auxiliou muito na melhoria da capacidade de oratória, na desenvoltura do modo de expressão, além de ajudar na perda da inibição no momento de falar perante público desconhecido.
6) Seminários e Minicursos/cursos:
Cada integrante do grupo tem como missão a elaboração e apresentação de um seminário de tema livre e disponível para todos os públicos. O principal objetivo e o desenvolvimento do potencial de oratória de cada participante e atualizar os ouvintes a respeito de algum tema bastante debatido no momento.
Os minicursos/cursos são elaborados, principalmente, para sanar algumas deficiências como a falta de aulas práticas e tem como principal público os acadêmicos do curso de Agronomia. Já foram realizados minicursos sobre código florestas, Cadastro Ambiental Rural (CAR), SISVAR, regulagem de semeadouras e pulverizadores, dentre outros.
Alunos do curso de agronomia afirmam que estes minicursos são de suma importância para sanar dúvidas a respeito de assuntos que são tratados em aula, porém, com poucas práticas, dificultando a aprendizagem. Sendo assim, os alunos encaram os minicursos como atividades fundamentais, que complementam os conteúdos dados em sala de aula e facilita a assimilação dos mesmos.
7) Pesquisas com a cultura do porongo e noite do porongo:
Tendo em vista que o município de Santa Maria é o maior produtor de porongo da região e que há falta de trabalhos científicos que auxiliem os produtores quanto ao melhor método de manejo para a cultura, bem como a baixa assistência fornecida ao meio rural, o grupo PET-Agronomia de 2009 até 2016 realizou acompanhamento com os produtores de porongo da cidade de Santa Maria.
Fora, realizadas visitas mensais aos produtores da comunidade de Arroio do Só com a finalidade de acompanhar a produção da cultura e desenvolver pesquisas científicas que auxiliassem os produtores no manejo da cultura, visando maior produtividade e menor incidência de problemas.
Foram realizadas pesquisas referentes à conservação do solo existente na área de produção, já que um dos grandes problemas envolvidos na produção do porongo é a perda de solo por erosão. Além de pesquisas comparativas entre diferentes inseticidas, quanto à sua eficiência no controle das principais pragas da espécie e o período residual de cada produto testado.
Ainda foram feitas análises bromatológicas (composição nutricional do alimento) visto que grande parte dos produtores fornece a parte interna do fruto como alimentação complementar ou única para as criações presentes na propriedade e relatam problemas no ganho de peso e sustentação do animal.
No ano de 2015 integrantes do grupo, juntamente com um produtor visitaram algumas propriedades situadas no município de Frederico Westphalen, com o intuito de vivenciar a realidade de produção da região e receber informação a respeito do sistema de manejo do solo realizado no local.
O grupo juntamente com o professor Dilson Bisognin realizou um projeto de seleção massal da cultura do porongo, para futuro melhoramento da cultura visando a homogeneização do produto e otimização da produção, com menor custo possível.
Desde o início do projeto no final de cada ano era realizada a “Noite do Porongo”, que consiste em uma confraternização entre os alunos e produtores, na qual os resultados dos experimentos são expostos aos produtores. O espaço era um momento de conversa e troca de conhecimento e experiências entre os mesmo, no qual os produtores traziam suas principais dificuldades para que o grupo pudesse auxiliar na solucão dos mesmos.
Uma das produtoras rurais que contribui com as pesquisas do grupo relata: “Vocês devem continuar as pesquisas aqui, são poucos os que nos dão atenção, vocês são os únicos que se importam conosco e ainda nos dão algum auxílio”. As atividades do grupo têm reflexos em muitas pessoas, e são as respostas em forma de agradecimento que motiva o grupo e ressalta a importância do Programa, não só na academia, mas na comunidade. E dessa maneira torna-se muito construtivo o trabalho do grupo dentro da tríade ensino, pesquisa e extensão.
O Programa de Educação Tutorial oferece muitas oportunidades, além de crescimento pessoal e profissional, os benefícios acrescentados na vida acadêmica do aluno são múltiplos. Os tutores destacam o carinho que sentem pelo grupo e Programa, o quanto a participação no mesmo foi importante para seu crescimento, enfatizam a importância de terem participado do programa e o quanto isso faz diferença no perfil do aluno. Nara Zamberlan dos Santos, tutora por 11 anos do grupo declara:
“Sempre tive como convicção que o Programa tem que oferecer uma complementação do conhecimento ofertado pelo PPC do Curso. A técnica se aprende. Os valores é que devem ser sempre cultivados. O bolsista PET não é elitista. Ele é diferenciado. É incentivado a conhecer outras áreas do conhecimento e da vida, a cultuar o bem, a ser humilde e dar valor a todos os momentos, bem como agradecer ao seu Deus (não a tutora) a oportunidade que tiveram.
Embora hoje, sem contato com a maioria dos bolsistas sei que estão todos encaminhados, são pessoas dignas que cumprem com honradez seus ofícios.
Quando encontro estes meninos e meninas, hoje senhores e senhoras, meus ex-tutorados e sempre amigos com suas famílias me sinto a “avó petiana” daqueles pequenos que ainda são conduzidos pela mão de seus pais.
A responsabilidade dos jovens petianos e dos novos tutores é lutar, com todas as forças para que este Programa nunca se acabe. Ao contrário, que se fortaleça e proporcione cada vez mais oportunidades a estes estudantes que querem um diferencial para suas vidas. Confesso que dos 25 anos passados na UFSM, os mais felizes, os que mais alegrias me trouxeram, foram os 11 anos de PET.”
O ex-tutor Thomé Lovato, relata o apreço que sempre teve pelo Programa e as situações que o levaram a assumir a tutoria do grupo, apontando como um trabalho gratificante e humanamente muito rico:
“Em dezembro de 2005, como coordenador de planejamento acadêmico da ProGrad/UFSM assumi como interlocutor do PET junto à SESu. De 2006 a 2009 concorremos nos 4 editais para novos Grupos PET e a UFSM contemplou 6 propostas das 8 possíveis. Os recursos de bolsas e custeio vinham como orçamento descentralizado e a ProGrad repassava aos bolsistas discente e tutores. Todo o mês sofríamos muita pressão, mas só podíamos liberar o recurso após autorização do MPOG. Felizmente todos os Grupos receberam a totalidade de bolsas e custeio. Em 2007 o interesse de potenciais Tutores(as) foi tal que chegamos a articular um projeto de um pré-PET, como uma incubadora de novos Grupos. Porém, ao contatarmos a SESu, ouvimos “se fizerem isto não serão mais contemplados nos editais nacionais e poderão perder o Grupos já existentes”. Foi um balde de água fria e o pré-PET foi deletado.
Em janeiro de 2014, depois de concluir quatro anos na direção do CCR e no início das primeiras férias como ex-diretor, fui acionado pelo novo diretor, Prof. Irineo Zanella, para concorrer à tutoria do Grupo PET Agronomia. Neguei porque, além da minha atividade de professor e da direção da FATEC, tinha em mente outros projetos a executar, embora tivesse um excelente apreço pelo PET. Houve insistência, inclusive dos bolsistas à época, mas não aceitei. O edital expirou e foi aberto um novo. Voltou o convite/convocação. Então eu disse; “Se não houver outro (a) candidato (a) me inscreverei no último dia”. Foi o que aconteceu e, após cumprir todas as etapas do edital, assumi o Grupo em 1º/03/2014. Tem sido um trabalho extremamente gratificante e humanamente muito rico. O único desconforto tem sido a impossibilidade de selecionar todos os concorrentes às vagas no Grupo. A dedicação dos novos bolsistas, a amizade e carinho dos bolsistas que concluem seu período no Grupo, o contato cordial e animado com tutores e tutoras de outros Grupos, a interação com a Coordenação do Curso de Agronomia, com a Direção do CCR e com a Equipe da Interlocução Institucional tem sido de um incalculável aprendizado.
Depois de 30 anos como professor na UFSM a experiência com o Grupo PET Agronomia e a Comunidade do PET UFSM me dão energia e um novo impulso à máxima dedicação e ao perfeito cumprimento do dever com a UFSM.”