Historicamente, o Brasil se enquadra como um dos principais produtores mundiais de alimentos, com destaque no cultivo e exportação de diversas culturas agrícolas, seguindo ciclos que se sucederam desde a colonização portuguesa. Dentre elas, a produção cafeeira vem desde o período imperial e com destaque até na República Velha. Entretanto, no atual cenário do agronegócio nacional, essa cadeia produtiva perdeu importância relativa para culturas como soja, milho e cana-de-açúcar. Apesar disso, o país é o maior produtor mundial de café, grão que ainda apresenta importância econômica, principalmente da região sudoeste do país, onde concentra-se a maior parte da produção do café brasileiro.
O cafeeiro (Coffea sp.) é uma planta arbustiva do gênero Rubiaceae, possuindo diversas espécies dentro do gênero Coffea L., tem sua origem correspondente às terras altas da Etiópia, se difundindo para o mundo através das rotas comerciais do Egito e da Europa. Morfologicamente, a planta é classificada como um arbusto de crescimento contínuo, podendo atingir até 4m de altura, dependendo das condições climáticas e disponibilidade de nutrientes no solo, apresentando um sistema radicular de grande desenvolvimento, que pode atingir até 3m de profundidade. O produto final do ciclo da planta é um grão seco que passa por processos industriais para ser utilizado como base de alimentos e bebidas, sendo parte do dia a dia de quase toda a população mundial.
Figura 1: Cafeeiro
A cadeia produtiva do café brasileiro produziu, em média, 61,62 milhões de sacas no ano de 2020, com aumento de 25% em relação ao ano de 2019, arrecadando uma receita bruta de R$ 30,95 bilhões. Esses números colocam o café com o 5º lugar no ranking das culturas de maior importância no país, com destaque para o estado de Minas Gerais, que detém cerca de 60% de toda a produção nacional, seguido de Espírito Santo e São Paulo. Os principais destinos da exportação são, em primeiro lugar, os Estados Unidos, importando 2,7 milhões de sacas; em segundo a Alemanha com a compra de 2,4 milhões e em terceiro a Itália, consumindo cerca de 1,2 milhão de sacas do grão. Esses valores são referentes tanto ao café arábica quanto ao café conilon.
O café arábica (Coffea arábica) possui esse nome justamente pela sua origem árabe, sendo uma das primeiras espécies a serem difundidas nas rotas comerciais. Seus grãos são ovalados e finos e suas diversas variedades possuem algumas características comuns, como plantas mais susceptíveis a pragas, exigência de altas altitudes no cultivo e temperaturas amenas, por esse motivo é considerado um tipo de grão especial e refinado.
Já o café conilon, também chamado de café robusta, possui maior resistência, com grãos arredondados e pequenos, sendo uma espécie originaria do Congo. Possui um menor valor agregado se comparado ao café arábica, além de folhas menores e de texturas mais lisas. É empregado na formulação de cafés solúveis, com toques amargos e fortes.
Essas relações com o exterior, principalmente no final do século XIX, permitiram a elaboração de uma política cambial padronizada e redefiniram diversos aspectos financeiros, bem como o perfil de um mercado consumidor. Uma fronteira muito importante que serviu de “guia” e impacta até hoje nas relações internacionais de venda dos produtos agrícolas produzidos em solo brasileiro.
Autor:
Yuri Rafael Rissi, acadêmico do 4º Semestre de Agronomia e integrante do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria.
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