Reaproveitamento da casca de arroz
Ana Laura Santos Thoma
Fonte: Assessoria de imprensa Cooperja
O Brasil está entre os maiores produtores de arroz em casca no ano de 2016, com a nona maior produção global. O Rio Grande do Sul possui a maior parcela da produção brasileira deste mesmo ano. Vale destacar que grande parte do arroz tem seu beneficiamento, incluindo secagem, descascamento e empacotamento, realizada no próprio estado, que se dá, de maneira geral, em engenhos regionais próximos às zonas de produção. No entanto, o beneficiamento desse produto gera alguns resíduos, dentre estes, a casca do arroz, que representa aproximadamente 20% do total do arroz em casca produzido.
Embora a produção de casca possa se tornar um problema, pode, também, ser uma fonte de renda extra para a indústria, pois seu uso, após a queima, na forma de cinza, é importante em vários setores industriais. Com alto poder calorífico e regularidade térmica do resíduo, o principal destino da casca, matéria-prima de usinas de biomassa, é a geração de energia, para o processo de secagem e parboilização do grão do arroz, proporcionando independência energética para as indústrias.
A queima da casca resulta em uma grande quantidade de cinza e, quando descartada de forma indesejada, ocasiona problemas ambientais por tratar-se de um resíduo poluidor. Porém esse resíduo guarda quantidades significativas de sílica, que é capaz de aumentar a resistência da estrutura e reduzir a espessura do concreto, tornando-se um material com potencial a ser incorporado em produtos utilizados na construção civil. O concreto produzido com cinzas de carca de arroz, além da alta resistência é de fácil preparação e de baixo custo.
O setor arrozeiro precisa inovar para reduzir custos e melhorar a sustentabilidade da produção/beneficiamento de produtos. Levando em consideração a grande produção de arroz em casca, que gera anualmente cerca de 2,2 milhões de toneladas desse resíduo no RS, combinada com os efeitos poluidores da casca do arroz e as possibilidades de sua correta destinação, destaca-se a importância de buscar alternativas viáveis tanto economicamente quanto ambientalmente, que tragam vantagens ao produtor/beneficiador e aos ecossistemas envolvidos na atividade.
Ana Laura Santos Thoma
Acadêmica do 3º semestre do curso de Agronomia
Universidade Federal de Santa Maria
Bolsista do grupo PET Agronomia
Telefone: (55)99784-1670
E-mail: analaurasantosthoma@gmail.com
Publicado Jornal Serrano dia: 25/04/2019