A oferta de pastagens para o gado leiteiro e de corte visa atingir as exigências nutricionais dos animais para assegurar sua produtividade e sanidade e não gerar nenhum déficit de forrageiras dentro da propriedade. Com esse objetivo, se faz necessário o uso de variadas espécies com boa condição nutricional e atratividade aos animais. Nesse contexto, o Teosinto (Zea ssp.) é uma espécie forrageira com grande potencial de uso.
Popularmente conhecido como “dente de burro” por sua semente ser parda e muito dura, o teosinto pertence à família Poaceae (gramíneas), sendo uma espécie anual de verão, considerada ancestral do Milho (Zea mays). Morfologicamente apresenta lâminas foliares largas dispostas em colmos eretos, se desenvolvendo em conjuntos e formando touceiras. A planta pode atingir a altura de 1,5 metros, sendo utilizada tanto na pastagem, silagem ou fornecida triturada aos animais por possuir grande palatabilidade.
Essa espécie forrageira apresenta fácil estabelecimento em solos argilosos, já que não possui grandes exigências nutricionais quando comparada ao sorgo, por exemplo, mas exige uma boa estruturação de solo.
Sendo tolerante a geadas e sua época de semeadura variando de setembro a
fevereiro, configura-se como uma forragem de boa alternativa para preencher o vazio outonal.
Em pastejo, a entrada dos animais na área deve ocorrer quando as plantas atingem alturas médias de 70cm, com saída a 15cm para preservar seu rebrote, além de respeitar a carga animal de acordo com a oferta de forragem.
Por ser uma cultura bastante semelhante ao milho, a sua qualidade nutricional é bem próxima. Segundo Nogueira (2018) o teosinto sem a adição de nenhum concentrado pode atingir teores de proteína bruta por volta de 11% quando bem manejado.
Portanto, o produtor deve se atentar ao escalonamento de forragens em sua propriedade, diversificando o uso de suas terras para propiciar sustentabilidade. Ademais, culturas com a grande versatilidade e rusticidade da espécie forrageira do teosinto podem ser uma ótima maneira de alavancar a produtividade das propriedades e assegurar o lucro ao fim dos ciclos.
Autor:
Yuri Rafael Rissi, acadêmico do 7º semestre de Agronomia e bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria