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Armazenagem de grãos no Brasil: capacidade estática do país é capaz de armazenar cerca de 60% de uma única safra



O Brasil é um dos maiores produtores de grãos do mundo, no entanto, ainda apresenta um sistema de armazenamento insuficiente, com uma capacidade estática capaz de armazenar cerca de 60% de uma única safra. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a partir do ano de 2001 a capacidade estática do Brasil, ou seja, sua disponibilidade de volume de estruturas responsáveis pelo armazenamento de grãos, é inferior à quantidade de grãos produzidas no país (Imagem 1), dado que demonstra como a estrutura de armazenamento está defasada, dificultando ainda mais a logística de distribuição de grãos.

O armazenamento é feito principalmente por trades, em nível de fazenda e por cooperativas, sendo que o armazenamento realizado de forma informal cresce cada vez mais pela baixa oferta de prestadores de serviço, ou seja, armazéns que disponibilizam espaço para outros produtores armazenarem seus grãos. Com a utilização de estruturas informais aumentando, as perdas ocasionadas pelas más condições acompanham esse crescimento.

Imagem 1: Relação entre a capacidade estática e a produção de grãos

Os armazéns devem estar devidamente cadastrados no Sistema Nacional de Cadastro de Armazéns, que é baseado na Lei nº 9.973/2000, para poderem atuar legalmente. O estado com a maior capacidade estática de armazenamento é o Mato Grosso, correspondendo a 23% do total do país (Imagem 2). Esse sistema é responsável pelo levantamento de diversas informações importantes para a análise do sistema de armazenamento do Brasil, possibilitando conhecer a realidade da estrutura como um todo.

Para compreender um pouco mais sobre a (in)suficiência do Brasil em relação a sua capacidade estática de armazenamento de grãos, deve-se observar alguns indicadores como o déficit de capacidade estática, que indica os estados nos quais existe a maior necessidade de armazenamento de grãos, mas que por falta de estrutura acabam produzindo muito mais do que é possível armazenar, ou ainda locais de superávit de armazenamento, nos quais sobra espaço. Outro indicador é o armazenamento a céu aberto, que gera grandes perdas para o sistema. O armazenamento em estruturas temporárias como silos “bag” são uma solução provisória e que apresentam alguns problemas como ataques de roedores, insetos, pragas, doenças e fungos, além do controle da umidade não ser adequado.

Pode-se observar a partir de poucas informações como o Brasil ainda não possui estrutura suficiente para que se possa armazenar a produção de grãos advinda das safras anuais. Além disso, distribuir novos armazéns focando principalmente nas regiões com maior volume de produção facilitaria a logística do transporte, além de diminuir o armazenamento à céu aberto, evitando assim perdas no processo e tornando o sistema mais eficiente. Aliado a isso, estimular a logística do armazenamento permite que o país consiga controlar um pouco melhor o preço dos produtos que são exportados, pois dessa forma, se a capacidade de armazenagem for suficiente para mais de uma safra, o produtor conseguirá escolher o melhor momento para a venda de seus grãos.

Autora:

Julia Damiani, acadêmica do 6º semestre de Agronomia, bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria e Técnica em Agropecuária — IFRS campus Bento Gonçalves

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