Propagação de plantas é o processo de multiplicação com o objetivo de perpetuar a espécie, dando origem a novas plantas. Essa técnica é muito utilizada entre os produtores rurais de médias e pequenas propriedades por ser um procedimento simples e econômico. No entanto, deve-se atentar para alguns fatores que podem afetar o sucesso desse procedimento, especialmente conhecer as maneiras mais adequadas para cada espécie.
A propagação pode ser feita de forma sexuada e assexuada. A primeira consiste na utilização de sementes, não sendo muito utilizada em frutíferas por ter o período de juvenilidade, que compreende desde a germinação até o início da produção. Sendo assim, há um período longo e improdutivo variando entre 2 a 15 anos. A forma assexuada consiste na multiplicação das espécies através da sua propagação vegetativa, podendo ser dividida em: estaquia, mergulhia, e alporquia enxertia.
Estaquia: consiste em retirar da planta original um ramo, uma folha ou raiz e colocá-la em um meio adequado. O sistema radicular e a parte aérea se desenvolvem, originando assim uma nova planta.
Essa técnica é bastante utilizada para propagar figueira, amora e videira. Para que a estaquia tenha resultado bom deve-se escolher uma boa planta matriz, tratar os ramos que serão coletados, coletar o material vegetal, preparar as estacas, aplicar substâncias promotoras de enraizamento e colocação das estacas no substrato. As vantagens da estaquia são a uniformidade das plantas produzidas, multiplicação de indivíduos resistentes a pragas e doenças e possibilidade de produção de mudas durante todo o ano.
Mergulhia: a nova planta só é destacada da planta mãe após ter formado seu próprio sistema radicular como ilustra na figura 2, em plantas de difícil enraizamento pelo processo de estaquia a mergulhia é a melhor alternativa.
É realizada na propagação de framboesa, amora e morango. Deve-se ficar atento aos cuidados como não quebrar os ramos, retirar as folhas da parte que será enterrada e, além disso, atentar-se à época para realização da técnica, pois há variação conforme a espécie. O uso de substâncias estimuladoras é muito importante pra garantir o bom enraizamento. Ainda, entre as vantagens da mergulhia estão a possibilidade de multiplicação de plantas híbridas e a obtenção de mudas de porte maior em menor tempo.
Alporquia: consiste em interromper o fluxo de seiva em um determinado ponto da planta, de forma que se esteja forçando o aparecimento de novas raízes. Sendo assim, trata-se de uma variação da técnica da mergulhia, na qual ao invés de se levar o ramo ao solo leva-se o solo ao ramo.
Usada na propagação de pessegueiro e jabuticabeira, os cuidados na realização da alporquia consistem em: selecionar um galho mais novo e com a espessura de 2 cm, usar um plástico para proteger de ataques bióticos, manter a hidratação e plantar primeiro em vaso e, após 3 a 6 meses no solo.
Enxertia: consiste em inserir partes de uma planta (gema ou garfo) em outra planta que lhe sirva de suporte, juntando os tecidos e formando uma nova planta. É muito utilizada na produção de mudas de frutíferas, pois temos a obtenção de frutos de alta qualidade, variedades e de plantas mais produtivas. Nessa técnica são duas partes da planta para formar a muda, as quais são chamadas de porta-enxerto ou cavalo (planta receptora da enxertia) e garfo ou borbulha (contém a gema que originará a copa).
As vantagens da enxertia são: as características da planta que se quer multiplicar são mantidas, propicia floração e frutificação mais precoces, permite a utilização de porta-enxertos resistente a certas enfermidades e pragas e a criação de novas cultivares. A enxertia é amplamente utilizada na propagação de videiras, ameixeira, citros, pessegueiro e macieira.
Depois de conhecer as principais propagações de frutíferas, deve-se escolher quais são as mais apropriadas para cada espécie, assim a produção terá sucesso produzindo frutos de alta qualidade em pouco tempo.
Autora:
Luana Campagnolo Flores, acadêmica do 4º semestre de Agronomia e bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria