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Olivicultura no Rio Grande do Sul



A oliveira é uma planta cultivada há anos pelo homem, sendo uma das primeiras espécies que se tem registro do cultivo. Acredita-se que a planta seja originária da Ásia Menor, entre o Mar Negro e Mediterrâneo. A oliveira também é uma planta com importância cultural para diversos povos, de acordo com a mitologia grega, Athenas — deusa da sabedoria — plantou as primeiras sementes e para os palestinos a oliveira marca a referência do grupo familiar com o local em que a oliveira está plantada. No continente Americano, os primeiros indícios da planta ocorreram após a chegada dos colonizadores europeus. No século XVI, acredita-se que chegaram as primeiras mudas para cultivo no Brasil, sendo limitada no período pela Coroa Portuguesa. No estado do RS, a oliveira chegou no ano de 1948, mas somente a partir de 1980 se iniciou a produção com bases técnicas.

A oliveira é uma planta de clima ameno, necessitando de pelo menos 300 horas de temperatura abaixo de 12°C, no verão temperaturas entre 25° e 35° são ideais para a maturação do fruto. Caracteriza-se por ser uma planta rústica, ou seja, é pouco exigente quanto a fertilidade do solo e possui um porte médio, chegando até 15 metros de altura. A produção de olivas pode ser dividida em duas: as destinadas à produção de azeite ou à frutos de mesa (imagem abaixo). As cultivares mais utilizadas para a produção de azeite são a Arbequina, Arbosana e Koroneiki; já para a produção de mesa, a variedade Ascolana; além disso, há cultivares de duplo propósito. Vale salientar que na implantação do pomar recomenda-se a utilização de mais de uma variedade para se obter uma melhor polinização.

Fonte: Prefeitura Municipal de Rio Grande

Como já citado, o frio é importante para a planta atingir uma boa produtividade, contudo, a oliveira é sensível à geada. Uma das suas particularidades é a faixa de pH de solo ideal, sendo de 6,5 a 7,5 para um bom desenvolvimento, valor superior quando comparado às demais culturas agrícolas, em que o pH de referência é de 5,5 a 6,0. O plantio das mudas no estado do Rio Grande do Sul é de setembro a novembro, sua necessidade de água é de 650 a 800 mm de chuva por ano — sendo que no período de floração (primavera) é preferível menos chuvas.

Os melhores locais no estado para o cultivo da oliveira são o Oeste e a metade Sul do estado devido a menor umidade. O cultivo pode ser feito em outras regiões, mas há restrições.

Os olivais mais tradicionais utilizam cerca de 100 plantas por hectare, mas é possível uma maior intensificação da produção. A poda é um dos manejos da cultura e o seu principal objetivo é induzir uma maior produção de frutos. As podas devem tentar manter a copa estruturada favorecendo a brotação de novos ramos. Vale ressaltar também que os ramos muito tortos ou doentes devem ser retirados.

A colheita dos frutos se inicia no fim de março e vai até junho. Os frutos de mesa são colhidos antes da maturação, já os para azeite são colhidos mais próximos da maturação para maior qualidade do produto. O método de colheita mais utilizado é o manual, em que a pessoa colhe fruto por fruto, e coloca em recipientes para armazenamento ou os deixa cair no chão sobre lonas. Os métodos mecanizados são aqueles em que a planta é balançada/vibrada até todos os frutos caírem sobre os panos de coleta sendo utilizado em propriedades com alta produção. O pomar leva cerca de 3 anos até começar a produzir, chegando ao seu máximo potencial produtivo entre o 7º e o 10º ano, variando entre cultivares. A árvore é produtiva durante toda a sua vida.

O mercado nesse setor é muito promissor, de todo o azeite de oliva presente no país, apenas 0,3% é nacional. Sendo assim, trata-se de uma oportunidade no mercado devido ao crescimento que o setor tem apresentado. Além disso, os azeites produzidos aqui já foram premiados internacionalmente por sua qualidade. Para obter mais informações sobre esse tema, uma das referências utilizadas, é o manual da Embrapa ‘‘Sistemas de produção 16 — Cultivo de Oliveira (Olea europaea L.)’’, disponÌvel no link: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/783494/1/sistema16.pdf

Autor:

Augusto Monteiro Leal, acadêmico do 6º semestre de Agronomia e bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria

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