Existem diversos métodos de conservação de forrageiras para atender as demandas alimentares dos animais, entre eles pode-se citar a produção de feno. O processo de fenação consiste, de forma geral, em preservar espécies forrageiras através de sua rápida desidratação, onde a pastagem verde, contendo de 65 a 80% de umidade, É transformada em feno com 10 a 20% de umidade. O objetivo é preservar as características nutritivas da forrageira e proporcionar o armazenamento da mesma por longos períodos.
A produção de feno possui inúmeras vantagens, dentre elas: o fácil manuseio e armazenamento; não depende de processos fermentativos como a silagem, uma vez que possui estabilidade aeróbica; propicia economia na utilização de concentrados e pode ser produzido tanto em grandes quanto em pequenas propriedades rurais, além de ser um produto comercializável com alto valor de venda. Diferentes variáveis ambientais, como: temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento e radiação solar, interferem na qualidade do feno. Além das condições climáticas, o manejo adequado de plantas invasoras, a correção periódica da fertilidade do solo, a colheita no momento ideal, ou seja, aquele com máximo valor nutritivo da cultura, são essenciais para a produção de feno.
A escolha da forrageira a ser fenada é baseada em 5 parâmetros: valor nutritivo coerente com a demanda animal; elevada produção por área; alta relação de folhas; alta taxa de rebrota após colheita e habito de crescimento que facilite a colheita. Muitas espécies podem ser utilizadas na produção de feno, é necessário apenas que sejam empregados tecnologia e equipamentos coerentes com o processamento da planta. Apesar de ser uma das plantas forrageiras mais utilizadas devido ao seu alto poder nutricional, a alfafa não possui potencial para fenação. O uso da leguminosa acarreta em perdas no campo durante o processo de desidratação.
As gramíneas são largamente utilizadas na fenação por possuírem alta taxa de produção de matéria seca, resistência ao corte, boa velocidade e vigor de rebrota e desidratação rápida quando há manejo adequado à campo. Exemplos de plantas bem adaptadas dessa espécie seriam do gênero Cynodon (Coastcross, Tifton, Florakirk, entre outras). Quanto a qualidade do feno produzido, È fundamental que apresente determinadas características para que o desempenho animal seja mantido, dentre elas: coloração esverdeada, como na imagem a seguir; alta relação folha/ caule, que é indicador de maciez e valor nutritivo do feno; odor característico de feno; estar livre de mofo e bolores; temperatura menor do que a do ambiente; teor adequado de umidade e aceitabilidade pelos animais.
Figura 1: coloração adequada do feno
A produção de feno representa uma boa alternativa para a complementação da dieta animal, suprindo deficiências alimentares em momentos de escassez, ou seja, de baixa produtividade ou falta de pasto. Desta forma a fenação propicia segurança alimentar, permite armazenamento das forrageiras sem perda de qualidade e valor nutricional. Sua produção deve ser precedida de um estudo de viabilidade econômica, disponibilidade de tempo e maquinário, conhecimento técnico, escolha da forrageira ideal e mais adaptada para a região de plantio, sempre seguindo os critérios de conservação ambiental.
Autora:
Fernanda Maria Mieth, acadêmica do 4º semestre de Agronomia e bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria.
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