O modo de vida da sociedade em que vivemos força a muitos de nós buscarmos a praticidade e a agilidade na hora de comer. Por isso, procuramos refeições mais rápidas e fáceis de preparar que, normalmente, são as industrializadas e ultra processadas. Quando pensamos em alimentos saudáveis a lista que vem à mente nem sempre é tão grande e, muitas vezes, é comum associar ao preparo mais trabalhoso. As plantas alimentícias não convencionais (PANCs) são opções ótimas para mudar esses conceitos.
Essas plantas formam um grupo muito grande de diversas espécies nativas ou exóticas cujo sabor está sendo descoberto agora, além de serem muito saudáveis. Dentre as suas vantagens está a rusticidade, ou seja, é fácil cultivar, além de serem acessíveis em questão de valores e disponibilidade.
Algumas dessas PANCs já foram mais conhecidas e utilizadas no passado, mas seu uso foi diminuindo. Algumas são popularmente conhecidas como “inços” ou “mato”, como é o exemplo do picão. Outras são plantas ornamentais, como a ora-pro-nobis e a capuchinha, que além de embelezarem a casa podem acompanhar as refeições.
Cada espécie é única, com sua especificidade, propriedades e sabor. Portanto, sempre é importante lembrar: se você está em dúvida sobre a planta ser ou não comestível, não a coma! Certifiquese de que é própria para consumo, pois algumas plantas podem conter fatores antinutricionais e até mesmo veneno, e somente depois desse diagnóstico, pode levá-la à mesa.
O modo como as preparamos varia entre espécies: umas necessitam de certo processo, como o branqueamento ou a fritura, já outras podem ser ingeridas in natura. As PANCs podem ser usadas como chá, salada ou até compor um prato mais elaborado, como pizza ou lasanha. Na sequência temos alguns exemplos de PANC que você pode ter em casa e algumas formas de como são consumidas.
Capuchinha: As folhas (figura 1) têm um sabor forte, se assemelham à rúcula e as mais jovens tendem a serem melhores. Pode ser usada diretamente na salada ou para fazer pratos quentes, como por exemplo pizza de capuchinha com tomates. As sementes podem ser moídas e substituírem a pimenta. A Capuchinha é fonte de vitamina C e ferro.
Folhas de batata doce: a maioria das pessoas costuma comer o tubérculo e descartar o restante da planta, apesar disso as folhas são ricas em vitaminas C e B12 e podem compor a sua salada ou ser refogadas como espinafre.
Pulmonária: Ela é muita usada para tratar tosse e irritação na garganta, mas pode ser preparada como um peixe, empanando as folhas (que são ricas em proteínas) e fritando.
Ora-pro-nobis: As folhas são ricas em proteínas, vitaminas A e C e possuem ação antioxidante. A planta é normalmente usada como cerca viva, mas com as folhas pode-se fazer saladas, refogados, chás e sucos.
Dente de leão: Ele é totalmente comestível, as suas propriedades ajudam a proteger o fígado e melhorar a produção da bile, auxiliando no controle do colesterol. O consumo pode ser em saladas ou cozinhando as folhas no vapor.
Esses são apenas alguns exemplos de plantas e como consumi-las. O conhecimento popular é rico em outros exemplos que podem ser incorporados no nosso dia a dia, resgatando a importância da alimentação saudável e o prazer em cozinhar e surpreender a família e os amigos com sabores inesperados. Caso tenha se entusiasmado e queira saber mais sobre as PANCs e como prepará-las, você pode entrar no site da Embrapa hortaliças (link abaixo), onde é possível achar muitas informações. https://www.embrapa. br/hortalicas.
Autor:
Augusto Monteiro Leal, acadêmico do 4º semestre de Agronomia e bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria.
E-mail: augusto.leal19@gmail.com
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