A cunicultura é o ramo da zootecnia que trata da criação racional e econômica de coelhos (GARCIA et al, 2011). Esse mercado ainda é pouco explorado pela economia brasileira e apresenta uma gama de nichos a serem trabalhados, que possibilita aos produtores muitas possibilidades para a criação dos pequenos roedores.
Como produtos principais da cunicultura estão a carne, pele, pelo, produção de matrizes e reprodutores, animais de companhia (PET’s) e animais de laboratório. Além dos ramos principais, os subprodutos da criação de coelhos podem ser usados como uma renda extra ao produtor, como as orelhas (produção de gelatina e petiscos para cães), patas e cauda (fabricação de amuletos e chaveiros) e fezes (adubo orgânico).
O principal objetivo do cunicultor brasileiro, está focado no setor da produção de carne. Seu maior desafio ainda são os hábitos culturais brasileiros, que são pouco variados e não aceitam muito bem o consumo de carnes desses animais.
A carne de coelho possui um alto valor nutritivo e é de fácil digestibilidade, sendo rica em proteínas (25,5%, sendo que a carne bovina possui cerca de 18%), baixo teor de gordura e colesterol (50mg/100g produto) em comparação à carne bovina (140mg/100g produto); a relação ômega 6 e ômega 3 é de 5,9, muito próxima à necessária para um homem adulto de 70kg, que é apenas de 5.
O rendimento da carne de coelho é, em média, de 60% e é determinado a partir da soma do peso do couro, cabeça, patas, sangue e vísceras, diminuindo o resultado do peso vivo. As raças mais indicadas para a produção de carne são as consideradas médias, como Nova Zelândia, Califórnia e Angorá (figura 1).
O sexo do animal também é um fator influente na quantidade e qualidade da carne, sendo que as fêmeas acabam tendo um maior rendimento, pois o esqueleto, os órgãos internos e a pele dos machos são relativamente mais pesados. A venda é feita na forma de coelho inteiro, quase não existindo comercialização de cortes ou processados.
No Brasil, a demanda por carne de coelho ainda é maior que sua oferta, fato que mostra como o setor ainda pode crescer muito no âmbito nacional. Além disso, a cunicultura oferece uma gama de subprodutos muito grande, o que permite que o produtor possa trabalhar e aproveitar o coelho em sua totalidade.
Autora:
Julia Damiani, Acadêmica do 2º semestre de Agronomia e Bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria.
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