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Cuidados na pulverização agrícola



Nesse sentido, existem diferentes tecnologias para a pulverização de alta performance, variando de acordo com cada necessidade. Para uma aplicação eficiente deve ser levado em consideração o tipo de bico a ser utilizado, visando a uniformidade de cobertura. Existem vários tipos de bicos, os mais comuns são os do tipo leque, leque de impacto, cone e indução de ar. Cada modelo gera uma pressão de trabalho, propagação do jato e gotas de tamanhos diferentes. Para a seleção dos bicos o produtor deve estar atento às condições operacionais e climáticas.

  • Bico jato cone vazio e cheio: fragmenta o líquido em gotas menores operando em pressões mais altas e possuem maior cobertura. O cone vazio é indicado para inseticidas, fungicidas e dessecantes em culturas com grande massa foliar, enquanto o cone cheio para herbicidas sobre o solo e sistêmicos. O tamanho das gotas pode ser modificado com a variação nos ângulos, vazões e abertura.
  • Bico de jato leque: indicado para aplicação de herbicidas de pré-emergência, inseticidas e fungicidas. O jato ocorre em um só plano e ângulo amplo, com saída em forma de elipse. As gotas e deposição são maiores tendo menor risco de deriva, principalmente em baixas pressões.
  • Bico de jato leque de impacto: o jato bate em um plano inclinado e abre-se em forma de leque, operando em pressão muito baixa, alta vazão e produzindo gotas grandes. A deposição é irregular, por isso na utilização em barras apresenta problemas de sobreposição.
  • Bico de indução a ar: indicado para aplicação de herbicidas sistêmicos, pré-emergentes e inseticidas. Permite que o ar retirado do ambiente seja adicionado no interior da gota, deixando-a extremamente grande sem a necessidade de aumentar o volume de pulverização. Trabalham em alta pressão, aplicações com baixa densidade foliar e proporciona redução da deriva.

 

Figura 1: Esquema e padrões de distribuição da lâmina de pulverização.
Fonte:www.grupocultivar.com.br

Outro fator determinante é o tamanho da gota, definido em função da ação do produto, seja de contato ou sistêmico, as condições climáticas e o estágio de desenvolvimento da cultura. Tudo isso influencia a taxa de penetração do produto aplicado no dossel de plantas. A pressão na pulverização é lida em um manômetro existente no pulverizador e é crucial para manter os demais parâmetros do sistema, pois é utilizada para controlar a vazão e o tamanho da gota. A uniformidade na distribuição da calda é dada pelas condições de montagem e de operação do maquinário, que são o ângulo de aspersão dos bicos, a pressão de trabalho, a altura da barra e o espaçamento entre bicos. A uniformidade de distribuição transversal, proporcionada pelas pontas, constitui um dos parâmetros que mais afeta a qualidade das aplicações. CUNHA & TEIXEIRA (2001).

Dependendo do tipo de alvo, técnica de aplicação e ação do defensivo, será definido o volume de calda utilizado, visando aumentar a eficiência e diminuir os custos de aplicação. Reduções no volume de calda podem ser alcançadas por meio do aumento da velocidade de deslocamento do pulverizador, da redução da pressão de trabalho e, principalmente, da utilização de pontas de baixa vazão, capazes de produzir gotas menores com boa cobertura do alvo. FREITAS, F.C.L. (2005).

A deriva na pulverização é um dos maiores problemas enfrentados pelo produtor, já que se trata do movimento do produto através do ar, desviando a trajetória da gota e a quantidade recomendada de produto não chega até o alvo. A alta deriva dificulta a rentabilidade e eficiência da aplicação. Estudos têm mostrado que, durante a pulverização, à medida que aumenta a proporção de gotas com diâmetro inferior a 100 μm também aumenta a deriva (SDTF, 1997). Biologicamente, no entanto, altos volumes de calda aplicados com gotas de pequeno diâmetro são bastante eficazes no controle de doenças (WALKLATE, 1992 e CROSS et al., 2001).

Os fatores climáticos definem a qualidade da aplicação. O vento é um limitador importante, gotas pequenas não podem ser utilizadas quando o vento for superior a 10 km/h. Temperatura e umidade relativa do ar também influenciam a qualidade de aplicação, é recomendado que sejam realizadas em temperaturas menores do que 30°C e com umidade relativa superior a 55%, não tendo essas condições pode-se aumentar o tamanho da gota, para não sofrer grandes alterações causadas pela influência desses fatores. Partículas de defensivos em suspensão podem ser levadas pelo vento e contaminar alimentos e forragens em áreas não tratadas e, partículas menores, usualmente, produzem contaminações mais sérias a maiores distâncias da área de aplicação PASCHOAL (1979).

Dessa forma é primordial entender o modo de aplicação de cada produto e os fatores que exercem influência sobre o resultado final. Todos os cuidados são necessários e devem ser seguidos com intuito de garantir a segurança ambiental e ter alta eficácia biológica com máxima eficiência e mínimas perdas. Com todos os cuidados na pulverização agrícola o sucesso na aplicação será garantido.

Referências:

SCHMIDT, M. A. H. Deposição da calda de pulverização na cultura da soja em função do tipo de ponta e do volume aplicado. 2006. 46 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon, 2006.

Blog jacto. Pulverizador agrícola tudo o que você precisa saber

ADEGAS, FERNANDO.S. Aspectos fundamentais sobre a tecnologia de aplicação de agrotóxicos PARCERIA EMBRAPA-SISTEMA OCB

FRANCISCO, A. R e FRANCISCO, F. O. C. Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas .Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Agroindústria Tropical Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 2006

LUIS G. M. O que você precisa saber sobre regulagem e manutenção de implementos agrícolas2018

Autora:

Luana Campagnolo Flores , acadêmica do 3º semestre de Agronomia e Bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria

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