A agricultura brasileira atende a uma demanda ampla e relevante em muitos segmentos industriais, tais como a área de cosméticos, como perfumaria, sabões, detergentes entre outros produtos de higiene.
De acordo com a Pesquisa Industrial Anual (PIA) de 2015, verificou-se um número extremamente significativo do quanto a agricultura e a indústria estão fortemente interligadas de forma mais intensa e diversificada do que se imaginava.
Neste ramo, a área mais promissora na criação de novos produtos está ligada à “Química Verde”, que se compõe de diversos segmentos. Entre eles, destacam-se os químicos extraídos de sementes, frutos e folhas, os quais são conhecidos como matéria prima para essências para aromas e perfumes, que são utilizadas por diversas empresas de cosméticos.
O Brasil é o terceiro maior consumidor do mundo em produtos de beleza, de acordo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, ou seja, há uma expressiva demanda para produção de matéria prima a fim de abastecer os brasileiros e ainda servir à exportação.
Os óleos essenciais, também conhecidos como óleos etéreos ou voláteis, são compostos presentes em diversos órgãos das plantas e podem ser obtidos através da destilação por arraste, com vapor d’água, ou da compressão de pericarpos de frutos cítricos, por exemplo. No primeiro caso, o vapor resultante é conduzido para um condensador no qual é convertido na forma líquida, contendo água e pequena quantidade de óleo essencial.
Este processo químico torna-se um importante método de obtenção de matéria-prima para as indústrias farmacêuticas, perfumarias e de alimentos.
Há cerca de 300 óleos essenciais catalogados de importância comercial no mundo com inúmeros benefícios para o bem-estar e saúde, inclusive, com efeitos curativos. Podendo ser extraídos de folhas, flores, frutos, grãos, cascas, raízes, ou até mesmo, de madeira. Além disso, vão sendo armazenados em estruturas altamente especializadas.
A diversidade de espécies é significativa, em especial, arbustivas e arbóreas, que podem ser produzidas em sistemas agroflorestais, com boas perspectivas de extração de óleos essenciais para uso pessoal e para comercialização. Em decorrência disto tem-se percebido um aumento do interesse por óleos essenciais de árvores nativas, muitos deles ainda pouco conhecidos.
Conhecer algumas espécies produtoras de óleos essenciais que podem ser extraídos localmente, seja para uso doméstico, produtos de limpeza e higiene pessoal pode se tornar, eventualmente, uma fonte complementar de renda, e quem sabe futuramente evoluir para a implantação de um quintal agroflorestal com esse propósito.
Extrair os óleos essenciais para uso pessoal/ familiar pode ser um primeiro passo para consolidar o conhecimento de manejo e produção, abrindo caminho para a implantação de pequenas unidades coletoras entre os grupos interessados, para processamento de óleos visando à comercialização.
Autor:
André Müllich, acadêmico do 4º semestre de Agronomia e bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria.
E-mail: andre.mullich@hotmail.com
Telefone: (55) 9 96650633
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