Olivicultura em foco no Sul do país
A produção de azeite de oliva como uma nova alternativa
Em busca de novas alternativas de renda e inserção no mercado, a Olivicultura se torna uma ótima alternativa aos pequenos e médios agricultores que buscam inovar sua produção agrícola. Porém, por ser uma cultura pouco conhecida para os brasileiros, o cultivo de oliveiras (Olea europaea)vem progredindo aos poucos no Rio Grande do Sul e no Brasil.
Os primeiros exemplares cultivados na região Sul foram trazidos de Portugal e Espanha e foram utilizados com o apelo religioso, sendo que suas folhas eram utilizadas no tradicional Domingo de Ramos. Até então, não se tinha objetivo comercial que incentivasse a produção, porém, em 1948 se iniciou a implantação dos primeiros olivais com esta finalidade. Inicialmente o cultivo foi apoiado pelo Serviço Oleícola de Assistência, mas com desconhecimento das exigências especificas, da sensibilidade a solos mais ácidos (pH baixo) e da presença de alumínio disponível, o cultivo neste período acabou por fracassar devido aos solos do estado do Rio Grande do Sul na época não estarem propícios ao desenvolvimento da planta.
Porém, com o receio de não progredir outra vez o cultivo foi retomado apenas em meados de 2004 onde voltou com mais força no estado em cidades como Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, entre outras. Hoje em sua maioria, as mudas de oliveira são propagadas de forma vegetativa através da estaquia para proporcionar menor variabilidade genética (diferenças entre plantas) e manter as características desejadas da planta mãe. Temos disponíveis várias empresas credenciadas pelo MAPA que realizam a venda de mudas e também já praticam trabalhos de melhoramento genético.
Para os interessados em ingressar na área deve-se pensar principalmente no zoneamento climático (realizado pela Embrapa em 2009), distância de plantas beneficiadoras, tempo de retorno do investimento, mão-de-obra disponível, estrutura da propriedade, cultivares, finalidade da produção, empresas compradoras do produto, dentre outros. Deve-se considerar também que a cultura necessita de uma intensidade pluviométrica de no mínimo 700 mm/ano, solos bem drenados e profundos (preferencialmente).
Também é importante lembrar que existem dificuldades quanto ao cultivo das oliveiras, uma delas é relacionada ao controle de pragas e doenças como: lagartas, cochonilhas, formigas, doenças fúngicas e foliares. Isso se deve ao fato da cultura não apresentar produtos químicos registrados junto ao MAPA para o uso legal na produção.
Se o agricultor/empreendedor busca agregação de valor, a extração do azeite de oliva com sua própria estrutura e marca pode ser uma alternativa muito interessante, embora com alto investimento. O preço do produto é compensatório sendo superior ao que é trazido do exterior. Por fim, a oliveira é uma cultura com grandes perspectivas de mercado, sendo que nossa produção supre uma porcentagem mínima do consumo do Brasil, onde, grande parte é importada do continente Europeu, ressaltando assim, a necessidade de investimentos na produção nacional.
Texto publicado no Jornal Integração Regional na sexta- feira dia 19 a 25 de maio de 2017. N° 635| Edição 892.
Foto: Diego André Rizzatto
Diego André Rizzatto
Acadêmico do 7° Semestre do curso de Agronomia
Bolsista do Grupo PET Agronomia
E-mail: diegorizzatto18@hotmail.com
Cel: (54) 981152908