Técnicas de manejo para aumento de produtividade em trigo
O trigo é um cereal de inverno extremamente importante para os estados do sul do Brasil, onde é utilizado como uma alternativa no sistema de rotação de culturas, auxiliando na conservação do solo, diminuição do inóculo inicial de doenças e da população de pragas na lavoura, além de ser uma fonte a mais de renda durante o ano.
Neste sentido, a obtenção de um elevado potencial produtivo na cultura é essencial para se garantir sustentabilidade econômica na atividade e aumentar a relação custo/benefício do produtor. Para isto, como ponto inicial, além do planejamento antecipado da lavoura, estão o conhecimento e entendimento do crescimento e desenvolvimento do trigo, para maximizar o aproveitamento dos recursos ambientais e evitar que períodos críticos da planta ocorram em épocas propícias geada ou déficit hídrico.
A cultura possui potencial produtivo alto, entretanto, nos cenários agrícolas atuais, está produção tem sido efetiva. Estudos feitos por pesquisadores da Embrapa tentaram analisar o motivo desta baixa expressividade do potencial produtivo, a fim de reverter a situação e obter resultados mais satisfatórios nos componentes de produção da cultura. Nestes, foi comprovada a importância da duração do período entre os estúdios de espigueta terminal e antese, sendo que, períodos maiores estavam diretamente relacionados maior produção de grãos.
Como estratégias para aumentar este período estão:
– O controle dos estágios da planta, de forma que, quando o período crítico (no caso mencionado, entre o estádio de espigueta terminal e antese) haja grande disponibilidade de recursos ambientais imprescindíveis, como luz, água, nutrientes, além do baixo risco de geada;
– Distribuição temporal da cultura: tem como objetivo maximizar a utilização dos recursos ambientais, buscando ajustar o período crítico em épocas com temperaturas mais amenas e com alta radiação solar, fato que aumentar a produção de biomassa e, consequentemente a produção;
-Semeadura antecipada: em algumas localidades onde o estudo foi feito percebeu-se que a semeadura na segunda quinzena de maio reduziu o tempo de duração dos estádios iniciais, antecipando o estádio de espigueta terminal e antese, de forma que estes ocorreram em épocas mais favoráveis e com maior disponibilidade de recursos naturais;
– Maximização da adubação nitrogenada: de forma geral, os guias técnicos recomendam a adubação no período de afilamento, entre 30-45 dias após a emergência, tendo em vista que, aplicações muito antecipadas ou tardias, refletem no menor aproveitamento do nutriente.
Enfim, o conhecimento de estratégias simples, porém eficientes é essencial para que seja possível aumentar a sustentabilidade econômica dos produtores, associadas utilização de cultivares recomendadas para a região para região e pelo zoneamento agroclimático.
Texto publicado no Jornal Integração Regional na sexta- feira, 15 de julho de 2016.
Foto: band.com.br
Adriana Almeida do Amarante
Acadêmica do 7° semestre de agronomia.
Ex- integrante do Grupo PET-Agronomia.
Contato: 19dricaa@gmail.com