O SSP (Sistema Silvipastoril) é uma das modalidades dos sistemas agroflorestais onde animais, árvores e pastagens são inseridos na mesma área e manejados a fim de se obter madeira, carne ou leite simultaneamente, trazendo lucros, preservando e beneficiando o meio ambiente e a sociedade.
Os produtores rurais que necessitam de opções para aumentar sua lucratividade também podem buscá-la através do SSP, esse sistema garante que se possa usar as melhores terras com plantios agrícolas e de acordo com a legislação, ocupar as terras de relevo mais acidentado, pobres ou sem uso através da implantação de espécies florestais ou também sistemas consorciando árvores e pastagens para o uso com o gado e extração de madeira.
No que se refere aos custos e processos do estabelecimento de sistemas silvipastoris, deve-se dar atenção primeiramente à limpeza e o preparo do terreno, seguindo com abertura das covas, transporte de mudas, adubação e calagem, plantio, combate à formigas, manutenção, tratos fitossanitários e manejo (roçadas, desrama, desbaste e colheita). Em relação à implementação da pastagem, será necessário realizar a semeadura, adubação de implantação e manutenção, em alguns casos irrigação e manejo (época de inserção do rebanho).
O ideal é buscar profissionais para que o sistema seja planejado e efetuado do melhor modo e de acordo com as necessidades e objetivos do produtor, visando obter os ganhos esperados e definindo todos os aspectos relacionados às especificações, quanto ao número de árvores e animais por hectare, espaçamento, tipo de pastagem que melhor se adapta e espécie de árvores que podem ser o eucalipto ou nativas, por exemplo. Os agricultores podem buscar apoio na Emater de seu município, com especialistas da área ou até em materiais oriundos de pesquisas em universidades e com a Embrapa.
De acordo com a Embrapa, nos sistemas silvipastoris, a presença de árvores pode conservar e melhorar a qualidade do solo por favorecer o controle da erosão, a ciclagem de nutrientes e a adição de matéria orgânica, torna a utilização da radiação solar mais eficiente do que em pastagens em monocultivos e aumenta a captura de nutrientes e umidade do solo em diferentes profundidades, diminuindo então a dependência de entradas externas de nutrientes ou estabelecendo uma relação benefício e custo mais positiva. A partir de todas as vantagens já citadas, ainda deve-se acrescentar o aumento do bem- estar animal, pois o sistema proporciona proteção ao gado contra intempéries como calor, vento, sol e outros, gerando aumento da saúde do rebanho e ganhos de produtividade e desempenho tanto em produção leiteira como de corte.
O incentivo à pesquisa e difusão de sistemas silvipastoris é de suma importância para que nas próximas décadas a pecuária de corte brasileira ganhe destaque no cenário internacional. Tanto a madeira quanto o leite, a carne ou o couro, produzidos nesse sistema, atendem melhor aos princípios e mecanismos da certificação e bem-estar animal, pois consideram aspectos ambientais, sociais e econômicos, levando mais competitividade no mercado, aumentando consequentemente a rentabilidade e valorização do produto.
Diego André Rizzatto – 5° semestre do Curso de Agronomia- Universidade Federal de Santa Maria