Artigo escrito por Maria Daniele Dutra, Gestora do InovaTec UFSM Parque Tecnológico:
O primeiro ambiente de inovação do mundo nasce na região de Stanford, Califórnia, nos Estados Unidos. Fundado a partir de uma iniciativa conjunta entre a Universidade Stanford e empresas do Vale do Silício, o “Stanford Research Park”. Além de desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento da tecnologia e na formação do ecossistema inovador que transformou o Vale do Silício em um centro global de inovação e tecnologia, serviu de modelo para muitos outros parques que surgiram em todo o mundo. Mas afinal, o que são Parques Tecnológicos?
O IASP (sigla em inglês para Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação), define como ambientes estruturados, que reúnem atores chaves e recursos para estimular o progresso tecnológico e o desenvolvimento econômico de uma determinada região ou setor, cujo o objetivo é aumentar a riqueza e o bem-estar da sua comunidade por meio da inovação e competitividade dos empreendimentos e das instituições que lhe são associadas. Trazendo consigo características que envolvem desde a concentração de conhecimento, colaboração, infraestrutura tecnológica, incentivo ao empreendedorismo, efeitos positivos na comunidade e fortalecimento do ecossistema de inovação.
Mas para criar esse ciclo virtuoso de progresso que beneficia tanto as empresas e instituições presentes quanto as comunidades ao seu redor, se faz necessário a proatividade, propositividade e, essencialmente a colaboração, dentre os quais cita-se o comprometimento, das universidades, dos órgãos do governo (federal, estadual, municipal), participação do setor empresarial, e de instituições de pesquisas.(STEINER; CASSIM; ROBAZZI, 2008).
Seus impactos sociais e econômicos, são visíveis. No Brasil, o Porto Digital no Recife, soma 370 empresas com mais de 18 mil pessoas em um ecossistema local de inovação que tem o maior número de PhDs. Fundado nos anos 2000 e iniciado com 5 empresas e 46 pessoas, é hoje o terceiro maior contribuinte para o PIB do Recife, com R$ 5 bilhões gerados só em 2022. Evidentemente, para alcançar esses resultados, iniciativas como o CESAR (forma de fazer a inovação em escala) escola de liderança e inovação, que desenvolve e forma profissionais capazes de transformar os ambientes e as empresas onde atuam, para fomentar, planejar, implementar e executar projetos e ações que promovam mudanças relevantes e de impacto para a sociedade.
E veja, Santa Maria, pode e tem potencial para alcançar esses e muitos outros resultados, afinal dispõe de conhecimento e de uma malha empreendedora, resultado das suas 8 instituições de ensino superior e dos ambientes de inovação e empreendedorismo, tais como a Pulsar Incubadora da UFSM, ITEC Incubadora da UFN, e do próprio Sebrae. Somado a essas frentes, está o Santa Maria Tecnoparque no distrito industrial, o Distrito Criativo Centro Gare, e depois parques em implantação como o Parque Tecnológico da Universidade Franciscana e o InovaTec UFSM Parque Tecnológico, criados em 2022, e contemplados via recurso do FINEP (Financiadora de estudos e projetos), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e inovação no Brasil. Importante destacar que fomos a única cidade do país com dois projetos contemplados nessa categoria.
Todos esses movimentos culminaram de forma orgânica, possibilitando que esses ambientes de inovação trabalhem em conjunto. São iniciativas com objetivos grandiosos, somando esforços para impactar positivamente a nossa comunidade. O Parque Tecnológico da UFSM não é apenas uma estrutura física, mas uma plataforma para a construção do futuro. É um reflexo do compromisso de Santa Maria com a inovação, a educação e o desenvolvimento econômico, mostrando que estamos preparados para liderar a revolução tecnológica e moldar um amanhã mais promissor para nossa cidade e região. O que estamos fazendo hoje, por meio das ações, programas e projetos desenvolvidos nesses ambientes de inovação, é gerar oportunidades para a criação e desenvolvimento de ideias que possam melhorar o lugar em que vivemos. Somos um farol, iluminando os caminhos que estamos trilhando.
Artigo publicado no Jornal Diário no dia 28/10.